Empresa Edições on-line Fale Conosco
Edição 38
Busca::..
Edição 102
Edição 101
Edição 100
Edição 99
Edição 98
Edição 97
Edição 96
Edição 95
Edição 94
Edição 93
Edição 92
Edição 91
Edição 90
Edição 89
Edição 88
Edição 87
Edição 86
Edição 85
Edição 84
Edição 83
Edição 82
Edição 81
Edição 80
Edição 79
Edição 78
Edição 77
Edição 76
Edição 75
Edição 74
Edição 73
Edição 72
Edição 71
Edição 70
Edição 69
Edição 68
Edição 67
Edição 66
Edição 65
Edição 64
Edição 63
Edição 62
Edição 61
Edição 60
Edição 59
Edição 58
Edição 57
Edição 56
Edição 55
Edição 54
Edição 53
Edição 52
Edição 51
Edição 50
Edição 49
Edição 48
Edição 47
Edição 46
Edição 45
Edição 44
Edição 43
Edição 42
Edição 41
Edição 40
Edição 39
Edição 38
Edição 37
Edição 36
Edição 35
Edição 34
Edição 33
Edição 32
Edição 31
Edição 30
Edição 29
Edição 28
Edição 27
Edição 26
Edição 25
Edição 24
Edição 23
Ediçao 22
Edição 21
Edição 20
Edição 19
Edição 18
Edição 17
Edição 16
Edição 15
Edição 14
Edição 13
Edição 12
Edição 11
Edição 10
Edição 09
Edição 08
Edição 07
Edição 06
Edição 05
Edição 04
Edição 03
Edição 02
Edição 01
empresa
contato
Artigos - Ronaldo Fávero
14/03/2013 10h53

Artigos

 

Como fornecer para as empresas de Petróleo?

 

Artigo do especialista Ronaldo de Fávero detalha o plano de ação necessário para atuar nessa cadeia de fornecimento
 
 
Pré-sal
 
Tendo em vista a frequente divulgação dos números envolvendo o potencial de exploração de petróleo e gás natural na camada do Pré-sal, no Brasil, muitas empresas despertaram para empreender nestas áreas.
 
Mas o que é necessário para a empresa estar apta a entrar no seleto rol de fornecedores das empresas de “Oil and Gas” ? Acredito que qualidade real e potencial.
 
A qualidade real pode ser atestada através de histórico de sucesso no fornecimento em outras áreas correlatas (automobilística/aeronáutica/petroquímica). Estes campos possuem requisitos bastante exigentes de qualidade, devido às possíveis consequências de uma não- conformidade ? defeito ? falha.
 
A qualidade potencial pode ser comprovada através de auditorias:
 
• de primeira parte (autoavaliação);
• de segunda parte (de cliente) ou;
• de terceira parte (órgão certificador);
• e, ainda, de certificações, onde se comprova o potencial em atender às especificações de sistema de gestão e de produto/processo.
 
Avaliação de fornecedores
 
Como se “qualificar” para o fornecimento?
Tomemos como exemplo um fabricante de fixadores que queira atuar na cadeia de fornecimento (subsea) da Petrobrás. Muito possivelmente este fabricante terá a oportunidade de fornecer indiretamente para a Petrobrás através de seus fornecedores de equipamentos “tier 1” (nível 1). Caso isto ocorra, este fornecedor é considerado como “tier 2” (nível 2) .
 
As empresas “tier 1” devem possuir, obrigatoriamente, o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC).
 
As empresas “tier 2” não precisariam possuir o CRCC, mas a sua exigência tornou-se um padrão no mercado.
 
Na busca pelo CRCC, através do Petronec (na Internet, no portal da Petrobrás), o sistema solicita evidências de certificações, capacitações, etc. Neste sentido, a certificação ISO 9001 acaba sendo obrigatória.
 
Cada empresa “tier 1” possui um procedimento próprio para avaliação e seleção de fornecedores. Em geral, estas empresas não abrem mão de auditar os fornecedores potenciais, mesmo quando estes são certificados ISO 9001.
 
Plano de ação
 
É pouco frequente uma empresa ser aprovada sem a necessidade de um plano de ação.
 
 
_________________________________________________________________________________________________ 
 
O plano, normalmente, deve contemplar:
 
Causa raiz / Ação corretiva / Prazo / Responsável / Implementação (%, Data, Responsável pela verificação, Evidências) / Eficácia (Método a ser utilizado, Data, Responsável pela verificação, Evidências, Eficácia ou Ineficácia).
 
 
_________________________________________________________________________________________________
 
Após a solução dos problemas identificados na auditoria, pode ser realizada nova auditoria destes pontos pelo potencial comprador ou o envio ao mesmo de evidências da implementação das ações.
 
Além da ISO 9001
 
Cada cliente possui o seu check list. A Petrobrás desenvolveu, por exemplo, o PGQMSA (Programa de Garantia da Qualidade de Materiais e Serviços Associados) para fixadores de alta resistência para utilização submarina, com dezenas de requisitos que vão além da ISO 9001.
 
Uma maneira de atender a vários requisitos presentes nos check lists dos potenciais compradores é implementar e certificar o sistema de gestão conforme a ISO/TS 29001.
 
ISO/TS 29001
 
Desenvolvida pela API (American Petroleum Institute) e pela ISO, está na 3ª edição (2010). Aplicabilidade: empresas que forneçam para os segmentos:
 
• Petrolífero
• Gás natural
• Petroquímico
 
Não é uma norma, é uma Especificação Técnica (Technical Specification).
 
Outros segmentos possuem suas próprias TS, como o automobilístico com a ISO/TS 16949, amplamente utilizada.
 
O objetivo de se desenvolver uma TS, por um grupo de empresas que representam um determinado mercado comprador, é o de estabelecer requisitos específicos, complementares aos da norma base (usualmente a ISO 9001).
 
Motivos para se implementar e buscar a certificação conforme ISO/TS 29001:
 
• Melhoria do sistema de gestão (mais robusto)
• Maior confiabilidade
• Ganho de imagem
 
Sua adesão/aplicação é voluntária. É melhor implementar por iniciativa própria, sem pressão por prazos externos.
Poucas empresas possuem a ISO/TS 29001 no Brasil (vide o diretório mundial API, disponível na Internet. Cada Órgão Certificador possui seu próprio diretório de empresas certificadas). Esta certificação pode ser considerada como um diferencial em relação à concorrência.
 
_________________________________________________________________________________________________
 
Principais requisitos da ISO/TS 29001:                                                    
 
Método de controle (que pode ser um procedimento documentado) para:
 
Vendas/Engenharia/Qualidade
 
• Análise crítica de contrato.
• Tradução dos requisitos do produto fornecido de fontes externas.
 
Compras/Qualidade
 
• Aquisição.
• Verificação do produto adquirido.
 
Produção
• Controle de produção e atividades de serviço.
• Monitoramento e medição das características do produto.
• Identificação e rastreabilidade do produto.
• Identificação da situação do produto.
 
Logística
 
• Preservação do produto.
• Verificação, armazenamento, manutenção e controle da propriedade do cliente.
 
Qualidade
 
• Controle, calibração e manutenção dos equipa- mentos de monitoramento e medição
 
Aplicável para todas as áreas
(não só para Recursos Humanos)
 
• Treinamento.
• Identificação e uso de técnicas para análise dos dados.
 
Outros requisitos:
 
• Retenção de registros: período mínimo de 05 anos.
• Frequência mínima para as auditorias internas (do Sistema de Gestão) e para as análises críticas pela Administração.
• Treinamento: requisitos relacionados às conscientizações, treinamento “on the job” (no local de trabalho), para trabalho novo ou modificado.
• Aquisição: validação de processos terceirizados.
• Preservação: avaliação de estoques e gerenciamento de inventário.
• Calibração: pré-calibração de instrumentos.
• Não-conformidades e ações corretivas: a empresa deve definir tempos para as respostas.
 
Etapas típicas para a certificação:
 
1) Auditoria de diagnóstico conforme a ISO/TS 29001.
2) Identificação dos “Gaps” (requisitos não atendidos).
3) Elaboração de planos de ação e de cronograma.
4) Implementação (adequação dos procedimentos, treinamentos dos usuários, auditoria interna, análise crítica pela Administração).
5) Auditoria pelo Órgão Certificador.
 
  
Produto/processo
 
Com o objetivo de se adquirir confiança na aquisição de lotes maiores, a fabricação de amostras de produto ou de um lote piloto pode ser acordada entre o comprador e o fornecedor.
Aqui vale o conceito de capabilidade de processo. Ou o processo é capaz em atender às especificações ou deve ser melhorado.
 
São fundamentais:
 
• A análise crítica de contrato (para se compreender os requisitos/tolerâncias/ensaios e testes especificados);
• E o planejamento do processo e do produto (“tradução” dos requisitos na linguagem da empresa, através da documentação num formato no qual as pessoas estão habituadas a utilizar e que seja de fácil compreensão).
 
Uma certificação de produto/processo é muito interessante para a confirmação da capabilidade e consequente demonstração aos clientes potenciais, bem como do maior conhecimento, pela equipe interna, das dificuldades em se produzir de acordo com a especificação contratada. Como isto funciona?
 
Certificação de produto/processo
 
Iniciativa voluntária. O objetivo principal é o de demonstrar a competência da empresa em atender uma especificação/norma utilizada contratualmente.
 
Etapas: ____________________________________________________________________
 
1) Identifica-se uma especificação/norma de referência (exemplo: Especificação Técnica (ET) Petrobrás para fixadores – aplicação submarina).
2) Elabora-se um PIT (Plano de Inspeção e Testes) com informações do produto e do processo de fabricação, incluindo medições, ensaios e testes.
3) Contratação de Órgão Certificador.
4) Apresentação do PIT ao Órgão Certificador:
a. Comparação da especificação técnica de referência com o PIT
i. OK? Aprovação do PIT
ii. Não OK? Indicação da necessidade de correção. Repetir etapa (4a).
5) Execução das etapas do processo, com testemunho do Órgão Certificador:
a. Comparação das etapas/parâmetros de processo com os estabelecidos no PIT
i. OK? Qualificação do processo
ii. Não OK? Indicação da necessidade de correção e ação corretiva. Repetir a etapa (5a).
6) Execução dos ensaios e testes, com testemunho do Órgão Certificador:
a. Comparação dos ensaios e testes (e dos resultados obtidos) com os estabelecidos no PIT
i. OK? Qualificação do produto (e do processo – anteriormente)
ii. Não OK? Indicação da necessidade de correção e ação corretiva. Repetir a etapa (6a).
 
Outras certificações
 
Outras certificações são interessantes (além das já citadas) como:
• ISO 14001 - Gestão ambiental
• OSHAS 18001 - Gestão de saúde e segurança
• SA 8000 - Responsabilidade social
Ao implementar os requisitos de normas de gestão e de especificações, as empresas se tornam mais competentes. Todas as partes interessadas da empresa ganham com isto.
 
Ronaldo de Fávero

Consultor em em gestão empresarial, professor de pós-graduação pela FEI, pós-graduado em Qualidade, especialização em Meio-ambiente, graduado em Matemática, MBA em RH, pós-graduando em Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural, técnico em Mecânica.

ronaldo.favero@terra.com.br

 

COMPARTILHE
CONTEÚDO DA EDIÇÃO

TAGS:
revistadoparafuso@revistadoparafuso.com