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Entrevista
20/06/2011 03h27

Conhecimento, agressividade e superação:
uma mulher no comando de multinacional

Luiza Rodriguez, diretora da Brighton-Best Brasil, supera preconceitos e
adversidades na área

Diferencial e agressividade, duas palavras constantes no vocabulário de Luiza Rodriguez, Diretora da Brighton-Best no Brasil. A empresa americana foi fundada em 1925 e quarenta anos depois iniciou uma nova fase em Nova York, comandada por Stan Sevell e Perry Rosenstein.
A partir da década de 80 passou a atuar em outros pontos dos Estados Unidos e diversos países como a Inglaterra, Nova Zelândia, Argentina, Austrália, México e Brasil, tendo mais de 7 mil distribuidores no mundo todo.
Em meio à crise mundial de 2008, a empresa foi comprada pela Ta Chen International Inc., uma companhia de investidores de Taiwan, representada por Robert Shieh.
Durante esse processo, Luiza Rodriguez, graduada em Economia e com MBA em Marketing, passou a ser responsável pela empresa no Brasil e na América do Sul.
Confira a seguir um pouco mais da atuação de Rodriguez e dos últimos acontecimentos da empresa.


Revista do Parafuso (RP) Como foi sua trajetória na Brighton-Best?
Luiza Rodriguez (LR)
– Atuei como vendedora interna durante cerca de cinco anos, depois passei para Gerente e aí para Diretora na América do Sul.

RP – Embora possamos notar um crescimento, ainda são poucas as mulheres em cargos como o seu. Como lidar com as diferenças no ambiente de trabalho?
LR –
Quando me apresento como mulher para o parafuseiro, hoje, lembrando que na maioria são homens e com experiência, eles estranham porque me julgam jovem e acham que eu não tenho experiência e bagagem.
Existe sim um preconceito, muitos olham meio desconfiados. Conheço poucas mulheres na área de parafuso, mas aqui mesmo já podemos ver que temos mais vendedoras; possuo uma gerente também mulher.
Com o tempo isso está mudando. hoje a Vice-Presidente da empresa lá fora é uma mulher.
Cinco anos atrás tínhamos mais mulheres, até por uma dificuldade em encontrar pessoas com experiência na área e começar a treinar, passamos a ter mais homens. Sempre procuramos colocar uma mulher e ir treinando.

RP – E como superar esse preconceito?
LR –
O que eu tento mostrar é a minha capacidade quando converso com o cliente. Mostrar que eu sei sobre o produto que estou vendendo, a minha carreira, já que faz 26 anos que trabalho na área de parafuso. Quando faço isso eles já me respeitam mais como profissional.

RP – Conte-nos sobre a Brighton-Best e sua história, de quem e onde compra.
LR –
A empresa existe há 86 anos, e há três anos foi vendida para um grupo de Taiwan, chamado Ta Chen, que comprou todo o grupo; mais de 36 galpões espalhados pelo mundo.
É mais focada na área de aço inox, com produção de conexões, tubos, toda a linha para a área petrolífera, alimentícia... E o dono, Sr. Robert Shieh, começou trabalhando com parafusos, depois vendendo máquinas e construiu a Ta Chen.
O sonho dele era voltar a trabalhar com parafusos e teve a oportunidade quando Perry Rosenstein quis vender a empresa. Ele (Shieh) investiu muito, primeiramente nos Estados Unidos, porque era na época da crise e agora no Brasil.
 

RP – Fale sobre suas linhas de produtos, estoque, sistemas de vendas, entrega.
LR -
A Brighton-Best Brasil tem um local destinado para estocagem e orçamento de produtos. Vamos levantar mais hacks para dobrar a capacidade de estoque. Procuramos
trazer toda a linha de produto para termos estoque para cerca de um ano. Hoje temos a web, faz mais ou menos uns 20 dias que estamos trabalhando com esse lado também; então o cliente tem acesso a todo o estoque, faz seu pedido, controla e tem um preço melhor por isso. Só por comprar pela web já tem 5% de desconto, fora as promoções que fazemos. O site é totalmente aberto para meu cliente, que sabe quanto tenho de estoque, se ele pode programar.
Estamos há 20 dias trabalhando com web e 70% das vendas já são nesse sistema. O telefone já começa a diminuir e quando toca é o cliente querendo aprender como utilizar e acessar, porque ele já vê a vantagem de ter 5, 10 ou 15% de desconto ali.
Se ele colocar o pedido até as 16 horas (em dia útil), conseguimos separar e entregar no dia seguinte. Focamos primeiro na linha do sextavado interno, no aço-liga, e começamos a trazer agora a linha do sextavado 8.8 e o grau 5, preto. Depois iremos focar na linha inox e estrutural.
 

RP – Qual é o faturamento anual da Brighton-Best, tanto no Brasil quanto no mundo?
LR –
Nós não temos autorização de falar do faturamento do Brasil, mas mensalmente temos um faturamento mundial que varia entre 20 e 30 milhões de dólares.
 

RP – Como está o processo de transição que a empresa passou? Qual a sua opinião sobre essa fase? O que foi aprendido?
LR –
Estávamos acostumados a trabalhar no ritmo de uma empresa familiar e agora é mais agressivo.

Se hoje eu falar para o Sr. Shieh que quero um galpão de 10 mil m2 porque vou vender 50 vezes mais, ele me responderá “faça”.
Isso no começo assustou, deu certa insegurança. Hoje o faturamento dobrou, o estoque está triplicando, muito rápido, porque são três anos que eles estão conosco. Aprendi a ser mais agressiva, passei a ter uma visão mais aberta, trabalho com pessoas de outras culturas e a quebrar certas barreiras, medos. No começo chocou bastante, porque era mais conservadora e hoje já vejo de forma diferente. Tenho uma estrutura atrás da Brighton-Best.
 

RP – Quais são as projeções para os próximos anos?
LR –
No ano passado tivemos um crescimento em torno de 40%. Acreditamos que iremos crescer 30% dentro da nossa capacidade hoje só no parafuso sextavado interno.
 

RP – Soubemos que a empresa deverá ir para uma nova sede. Quando será a mudança? Por que ela não ocorreu?
LR -
O investimento – para o final deste ano, ou para o começo do ano que vem – é abrir outra filial, fora do estado de São Paulo. A princípio pensamos no Rio Grande do Sul, por uma questão de mercado e logística.
A idéia é começar abrindo uma filial por lá e depois expandir para os outros estados, onde houver interesse, talvez Minas Gerais, já que é outra opção que tem mercado e temos bastantes clientes nessa região.
Hoje a Brighton São Paulo ficou pequena, mas se não houver outra opção, se for para aumentar a capacidade da empresa, iremos sair sim. Procuramos comprar outro galpão aqui, porém está difícil.
 

RP – Algum tempo atrás a Brighton-Best teve um incidente com as prateleiras de seu estoque. Pode nos contar o que ocorreu? O que foi aprendido, tanto para a empresa quanto para a senhora?
LR –
Fazia cinco meses que eu havia assumido a gerência. Nós compramos todo o estoque de uma concorrência, e colocamos em uns hacks novos do sistema de nobuck guardadas e não porta pallets.
Contratamos parte deles de uma empresa aqui do Brasil. Nós colocamos não toda, mas parte do etoque. Terminamos em um sábado e na segunda feira caiu tudo.
A empresa que produziu foi negligente, colocando várias emendas nas prateleiras e o parafuso quebrou. Nenhuma pessoa se feriu, mas ficamos 30 dias sem poder tocar na mercadoria. Durante 60 dias vendemos parte de umestoque que tínhamos em outro local.
Para nos recuperarmos de todo o impacto que o incidente teve levou um ano, processamos a empresa, mas ela fechou. Foi muito duro, mas tive que ser fria e manter a calma. Na época tinha 20 funcionários temporários e a minha preocupação era não machucar ninguém.
Hoje tenho muito medo, só coloco se for importado dos Estados Unidos. Brasileiro somente se eles me derem garantia que o aço é igual ao americano, porque se algo acontece não há como encontrar essa pessoa, ela some aqui no Brasil. Ficou um trauma mesmo.
 

RP – Qual o maior diferencial da empresa em relação às suas concorrentes? Qual benefício o cliente recebe ao adquirir os produtos da Brighton-Best?
LR –
Fidelidade. Não vendemos para o consumidor final, então nossos clientes não irão encontrar produtos daqui nos deles, isso é um dos maiores diferenciais da empresa.
O atendimento. Temos uma equipe que dá atenção, não temos problemas de reclamação da falta de retorno ou falta de educação. E o terceiro é manter o estoque que o cliente precisa, principalmente na linha do sextavado.

Luiza Rodrigues
Brighton Best International
luizab@brightonbest.com.br
 

 

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