Editorial
O Clube da Luluzinha
Março, mês rosa
Certa vez uma leitora sugeriu uma pauta sob o tema “o mercado de fixadores sob o ponto de vista da mulher”, mas não demos a menor importância. No entanto, o erro e põe erro nisso fora percebido, tendo nesta edição o devido reconhecimento e reparação.
Um dos pontos que alavancou essa questão ocorreu durante uma recente visita deste editor ao Congresso Nacional, em Brasília, DF. Para quem ainda não sabe, as dependências dos órgãos que regem o país estão disponíveis para visitação pública, por meio de equipes que guiam e descrevem fatos como a fundação, história em geral, o dia a dia etc.
No contexto feminino, o passeio demonstra o quanto as mulheres estão definitivamente integradas a todas as esferas do Poder, ou melhor, “mais ou menos integradas”, dado ao fato que a desproporção ainda é enorme nesse “Clube do Bolinha”. Fora a predominância dos homens no Poder ao longo da história, e não apenas no Brasil, atualmente quase 53% das pessoas aptas ao voto no país são mulheres. E não que sejam obrigadas a votar elas-nelas, mas também não ajuda no equilíbrio das questões da sociedade, como um todo, o fato das mulheres serem no Congresso Nacional apenas 91 deputadas (17,7%) vs. 422 deputados; 11 senadoras (13,5%) vs. 70 senadores.
Voltando ao passeio no Congresso, lá descobrimos que somente no ano de 2016 o Senado, finalmente, aprovou a construção de um banheiro feminino, ao lado do Plenário, algo só existente, até então, para os excelentíssimos, “pero no mucho”, senadores. Antes, as senadoras tinham que se deslocar até a área do restaurante anexo ao Plenário. Meio longe...
Bem, a escolha da cor da capa desta edição é uma forma de celebração do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 08/03, acompanhado da entrevista com as “Luluzinhas” do Woman In Fastener Industry (WIFI), EUA, uma associação que congrega mulheres no setor de parafusos, segmento que ainda é, em grande parte, “um Clube do Bolinha”.
Acorda Luluzinha!!!
Sergio Milatias