Editorial
A produtividade nacional não está uma Brastemp
O trabalhador brasileiro anda em baixa na comparação de sua produtividade com os colegas de outras nações. Os 100% produzido por cada um de nós equivale a 26% de um norte-americano, 66% do argentino, 82% do russo. Na comparação com China e Índia estamos na frente, com nossos 100%, respectivamente, valendo 422% e 383% deles.
Você, caro leitor, já sabia disso, dada a grande divulgação em maio último. Peço sua compreensão para comentar experiências pessoais, algo inadequado para um editorial.
No posto de combustíveis que abasteço meu carro já testemunhei muitos caminhoneiros pedindo informações de endereços, isso em plena era do GPS (sistema de posicionamento global). De quem será a falha? São os motoristas que não sabem operar o GPS ou a transportadora se recusa a fornecê-los? Qualquer resposta leva à improdutividade, já que um desvio de rota que cause uma hora de atraso pode custar muito mais que um desses aparelhos, que se encontram abaixo de R$ 200,00. Alguns smartphones já podem ser habilitados com GPS.
Outro exemplo vem da famosa marca Brastemp, que por meio do seu portal vendeu-nos um fogão (cooktop) e uma geladeira. Ao abrirmos a caixa do cooktop encontramos a superfície riscada, algo que qualquer controlador de qualidade poderia ter visto e evitado o retrabalho. Acionamos a loja para ela efetuar a troca. Aproveitando a ocasião, pedimos o envio do manual de instruções da geladeira, mas a atendente alegou não ser possível enviar o manual sem “outra geladeira”. Na nova entrega, não retiraram a geladeira e ficamos, momentaneamente, com as duas. A retirada só ocorreu mais de um mês depois. No acumulado, eles fizeram 3 visitas para uma só entrega.
Aqui se culpa o governo, importação de produtos e outros, mas temos que olhar para nossos próprios erros, numa terra onde “nem a Brastemp tem sido uma Brastemp”.
Sérgio Milatias
|