Editorial
A empresa sem-vergonha
Por que não tratar este adjetivocomposto como indicativo de confiança?
Certa vez, numa entrevista paraa Revista Serafina (Grupo Folha), ocantor Sidney Magal descreveu quesempre teve consciência de ser umapessoa bonita, que gostava e tinhamuito orgulho disso, tanto é que nostempos de estudante ele sempre sepostava à frente da fanfarra: “Sempregostei de me exibir”.
Portanto, Magal sempre foi um sujeitoexibido e sem-vergonha. Apoiado!
“Sentimento de insegurança causadopor medo do ridículo e do julgamentodos outros; timidez, acanhamento,recato e decoro”, são algumas das definiçõespara o adjetivo “vergonha”. Edentre elas está a timidez que, por si só,é pura insegurança. Em latim, timidus é“aquele que tem medo”.
Então, por que deveríamos considerarimoral alguém quem supera avergonha?
Não necessariamente, mas habitualmenteno ambiente empresarial define-se como sem-vergonha uma empresade má conduta: “O inferno são osoutros” (Jean-Paul Sartre, 1905-1980).
Empresa sem-vergonha tambémpode ser aquela que não teme se exibir,que confia no que faz e naquilo que sepropõe. Lembrando que empresas queexpõem em feiras de negócios mundoafora são chamadas de exibidores (“exhibitors”, literalmente em inglês).
Tomando como base nosso segmentode parafusos e afins, muitasempresas por aqui ainda são muito tímidas.As feiras de negócios refletemclaramente isso, bastando apenas circularem qualquer um desses eventos econtar nos dedos uma fração dos maisde 370 fabricantes de fixadores existentesno país, e sem contar as revendase distribuidores. A parca presençadesses na mídia não é muito diferente.
No fundo, todos sabem de tudoque aqui abordamos. Mas, como chegamosao final do ano sempre vem aempolgação com um novo tempo quese avizinha, e que nele poderemos fazertudo melhor.
Então, um ótimo final de ano, pois, “o sangue de 2024 ferve por você”.
Sergio Milatias