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Dá para ficar calmo com a calmaria na matéria-prima?
Espera-se que os ajustes sejam modestos, mesmo com inflação
Entre parafusos e afins, os volumes vendidos pela Jomarca no ano de 2021 foram 35% maior que em 2020. Enquanto isso, mesmo estando atendendo alguns pedidos ainda no início do ano, que não possíveis de serem entregues em 2021, o nosso desempenho em vendas de 2022 fechou 15% abaixo do período anterior.
Já em 2023, neste primeiro quarto de ano (Q1), as vendas fecharam levemente acima do ano passado, um pouco mais que 10%, o que nos remete aos níveis de vendas em tonelagem entre 2019 e 2020.
No entanto, os preços vendidos em tonelagem estão maciçamente menores que os preços por quilogramas. Ou seja, em moeda (real) a matéria-prima caiu em torno de 35% desde o Q1 de 2022, até agora, num período de um ano.
Dessa forma, com o iminente fim da pandemia na China Continental, recentes números obtidos apontam que lá os estoques estão menores que o imaginado pelo mercado. Isso reforça a clara tendência de que as usinas siderúrgicas preparam aumentos de preços no Brasil, muito embora em números modestos.
O fato é que a tendência de baixa acabou, pelo menos no momento, e há quem aposte numa estabilidade de preços. Mas considero difícil, a meu ver, haja vista a inflação desenfreada no Brasil e no mundo, tema recorrente nos noticiários na Europa e EUA.
Na contramão de tudo isso –mesmo com a China apostando em 5 a 5,5% de crescimento em 2023– a importação de parafusos e afins caiu um pouco, e algumas grandes fabricantes chinesas estão com pedidos somente para 60 dias, o que não é um número animador.
E aí, quem aposta num aumento do aço agora?
Dr. Ricardo M. Castelhano
Advogado e CEO da Jomarca Industrial de Parafusos Ltda.