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Senafor retorna e completa 40 anos
Ao todo foram 40 edições presenciais e uma online, em 2021
Pode não parecer muito, mas os dois anos ausentes foram longos para a rede de participantes do Senafor, seminário internacional anual, focado principalmente em tecnologia de forjamento metálico a frio e quente. A edição que marcou esse retorno foi realizada entre os dias 5 e 7/10/2022, em Porto Alegre, RS, completando assim sua 41ª edição, com uma delas online em 2021.
De raiz tecnológica e com forte evolução em network, o evento retornou quase igual a 2019, repleto de conferências, com participação de técnicos, mestres, doutores, bem como gestores internacionais com atuação tanto no meio acadêmico quanto na indústria. Porém, o efeito online ficou, tanto que algumas palestras seguiram esse modelo. Porém, incapaz de impactar como na network presencial, talvez esse modelo híbrido, presencial & online tenha vindo para ficar. Só o tempo dirá.
Esta edição buscou dar ênfase à Indústria 4.0, forjamento de precisão (quente e frio), incluindo parafusos e fixação em geral -agora parte do escopo-, energia fotovoltaica, e com foco na interação entre a academia e a indústria, objetivando apoiar e mostrar aspectos da inovação dos processos e sua otimização.
Após o tradicional dia de visitas técnicas ao setor industrial da Grande Porto Alegre, RS, realizado em 05/10/2022, às 9:15 do dia seguinte o prof. dr. Lirio Schaeffer (foto), do Centro Brasileiro de Conformação Mecânica e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CBCM/UFRGS) reabriu a 41ª edição do Senafor, a 40ª edição presencial, a primeira pós-pandemia.
“Já passou da hora de reforçarmos a indústria metalmecânica, especialmente por ser o Brasil uma das maiores fontes de matéria prima global. Então, por que ainda não ocupamos uma posição de maior relevância global na indústria, tal como somos na agricultura? Este avanço poderá vir da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), a ‘*Embrapa da indústria’”, concluiu Schaeffer, presidente do evento.
*Embrapa: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Prof. dr. Alisson Duarte (6Pro Virtual and Practical Process e UFMG)
A primeira palestra coube ao diretor regional do Senai-RS, Carlos Artur Trein, que palestrou sobre o tema “Senai: Educação profissional, tecnologia e inovação para a indústria”. Além de recentes avanços na aprendizagem industrial, Trein mostrou projetos de inovações realizados em parceria com empresas, tal como formas de otimização ao reduzir etapas dentro da produção como em um vídeo sobre uma confecção, adoção de conceitos da Indústria 4.0, robótica colaborativa, metrologia 3D. Essas parcerias têm durade 18 a 24 meses. (Foto - Carlos Artur Trein)
“Programa Rota 2030 – Linha de ferramentarias” foi o tema de Ana Paola Villalva Braga e Keren Bigão Rodrigues Valadares, pela Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa), Belo Horizonte, MG. Este trabalho se foca em propor melhorias nas diversas fases do ciclo de vida da produção de ferramentas, buscando ampliar durabilidade e produtividade, bem como em aplicações em materiais e processos inovadores. Assim, contribui-se com o desenvolvimento de novas tecnologias para elevar os níveis de maturidade tecnológica e competitiva da indústria brasileira.
“Sistemas Inteligentes de Mobilidade - SIMOB: a nova unidade Embrapii da UFRGS” foi o trabalho que encerrou o módulo inicial do Senafor, que antecede a primeira parada para o café. Marcelo Soares Lubaszewski foi o apresentador sobre as atividades dessa unidade Embrapii, da Escola de Engenharia da UFRGS (SIMOB - Sistemas Inteligentes de Mobilidade), que conta com capacidades específicas no desenvolvimento de materiais e processos de fabricação como conformação mecânica, fundição e soldagem, além de instrumentação e automação, bem como de gestão tecnológica, fundamentais para a implementação de conceitos da Indústria 4.0. Entre pontos a destacar, o palestrante citou que a unidade tem se focado no Rota 2030, que a proporção de novos projetos se aplica em média entre ½ e 1/3 do total do investimento por parte da indústria em inovação, mas a procura ainda está baixa: “O restante do valor do investimento consiste em renúncia fiscal. Portanto, está sobrando dinheiro”, disse.
A posterior sessão esteve sob coordenação do prof. Dr. Carlos Augusto de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sendo aberta com o tema,“A influência da velocidade de prensagem no desempenho do ferramental de um forjado a frio" apresentado pelo engenheiro Genival G. Santos (Acument Brasil Sistemas de Fixação S.A), coautor com Amanda P. Silva e Alisson S. Duarte (SIXPRO Virtual&Practical Process, Universidade Federal de Minas Gerais - MG). O estudo investigou fatores como o desgaste, deformação plástica, fadiga mecânica e térmica influenciam a vida útil do ferramental nos procesde conformação mecânica levando à substituição por degradação ou mesmo má qualidade do produto conformado.
Dominado por temas sobre forjamento, a programação 2022 do Senafor se abriu para novos temas dentro do campo industrial metalmecânico, incluindo “Elementos de Fixação – Muita Ciência Aplie “Zero” de Achismo”, trabalho apresentado pelo prof. dr. Roberto Garcia (consultor da Ind. Metaltork), coautor com a professora Sidineia Barroso (Unesp, Campus Araraquara, SP).
Presente no evento com o apoio da Revista do Parafuso –onde escreve artigos, esporadicamente, desde 2007–, o dr. Garcia fez uma breve introdução ao seu tema (disponível nos Anais do Senafor 2022) ressaltando o quanto parafusos, porcas e outros elementos de fixação habitam o nosso dia a dia, mas pouco são notados.
“De um implante dentário aos fixadores de aerogeradores de energia eólica, passando por torres de transmissão de energia elétrica, ou veículos em terra, água e ar, esses artefatos metálicos, porém, ganham maior percepção apenas quando estão envolvidos com falhas. Portanto, partindo da escolha da matéria-prima ao tratamento térmico, do revestimento ao processo de aperto, existe muita ciência dos materiais, bem como conhecimentos sólidos da Física, no intuito de que os fixadores sejam capazes de atender e garantir às demandas dos projetos, bem como uma extrema regularidade da qualidade quando em serviço”, disse.
“Processo de forjamento a frio e projeto de ferramentas: Melhor produtividade pelo uso sistemático de ferramentas de software para obter processos otimizados e design de ferramentas”, trabalho com transmissão online pelo dr. eng. Gerhard H. Arfmann, coautor com dr. eng. Michael Twickler, diretores da CPM GmbH, Alemanha, empresa de softwares de simulação por elementos finitos (FEM). O case apresentado tratava de uma falha com um parafuso sextavado, envolvendo problemas de tensão no ferramental da conformação, bem como no uso do aço. O equilíbrio foi obtido a partir da simulação por meio de uso do software eesy-DieOpt na obtenção uma solução viável de pré-esforço e uma solução de ferramentas de três anéis.
Expositores participantes
1: Oswaldo Ravanini e Erwan Le Scouarnec (Transvalor)
2: Ana Rita (CBCM / UFRGS)
3: Rene Stela e Peter Bierhalter (Presstrade AG), com José Santaella (Santec) ao centro
4: Pedro Schimitt, Luciano Pinotti e Luiz F. Ramires (Açopeças)
5: Rodrigo Lobenwein e Ricardo Viana (Sixpro/QForm)
6: Gabriele Colombo e Marcelo Ledesma (Ficep S.p.A, Itália)
7: Gustavo Videira e Thayná Ruyz (ZwickRoell)
8: Jorge Cotrio, Thomas Topfstedt e Alex Bueno (UFSC – Blumenau)