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O mercado de fixadores global sob uma perspectiva europeia
A situação no mercado europeu de parafusos e afins se mantém muito positiva em razão do forte desempenho econômico e crescente demanda global. A expansão das vendas registradas em 2017 pelos principais distribuidores alemães tende a continuar neste ano.
Uma das megatendências neste tipo de negócio tem sido a concentração de mercado: em 2017 a Bufab comprou a unidade inglesa do Grupo Thunderbolts, enquanto a Sumeeko, fabricante taiwanesa de fixadores e peças automotivas, adquiriu a Max Mothes, distribuidora alemã de parafusos e similares. Veremos casos semelhantes neste, e nos próximos anos, dessa tendência de internacionalização dos negócios em fixação, pois o tamanho importa! O crescimento é vital para esses distribuidores satisfazerem as demandas dos clientes, além das exigências cada vez mais complexas em escala global. Concentração e internacionalização são conduzidas pela digitalização. Gerenciamento de dados, comunicação máquina-máquina, processos automatizados, tudo isso mudará nosso local de trabalho de forma que nenhum de nós já experimentou. Gerir a digitalização é o nosso maior desafio.
Outro aspecto interessante está nos aumentos de preços chineses. Em 2016, quando o antidumping sobre fixadores de aço da China foram removidos, os fabricantes europeus temiam ver o mercado inundado por itens de baixo preço. Contrário, iniciou-se uma onda de aumento de preços, já que os custos de insumos chineses, como o fio-máquina, mais do que duplicaram desde fevereiro de 2016, subindo mais de 30% só em 2017. Como consequência, os preços dos fixadores Made in China se desenvolveram em conformidade. As elevações desses preços em 2017 variaram entre os diferentes grupos de produtos, mas sempre acima de 20%. As linhas de peças especiais atingiram os níveis de preços da Turquia e de outros países da Europa Oriental. Este fenômeno sobre os preços se deu pela escassez na produção de aço na China e pela crescente demanda de produtos siderúrgicos pela União Europeia e no próprio mercado chinês. Hoje, o custo da mão-de-obra chinesa é significativamente maior do que eram dez anos atrás. Como sabemos, essa escassez de aço é resultante do compromisso do governo chinês em reduzir a poluição, restringindo a produção além de diminuir o excesso de capacidade de produtiva global. Os preços crescentes do aço afetam claramente a produção dos parafuseiros asiáticos, como em Taiwan. Olhando para a situação política e econômica, aguardo preços maiores em 2018.
Dr. Volker Lederer
Presidente da European Fastener Distributor
Association - EFDA
Diretor da distribuidora de fixadores Lederer GmbH