Surgidos no Brasil em 1968, através da empresa alemã Hilgeland, os pentes laminadores são ferramentas utilizadas para laminação a frio das roscas de parafusos e são produzidas em aço especial, requerendo tratamento térmico e uma usinagem de alta precisão.
A Wafios do Brasil - Fábrica de Máquinas WdB – iniciou suas atividades em 1969, na região de Santo Amaro, em São Paulo, para atender o vasto mercado brasileiro, com tecnologia em máquinas para a fabricação de pregos, arames farpados, molas de tração, torção e compressão, retíficas de molas, endireitadeiras, etc., além de oferecer toda a linha de máquinas produzidas pela matriz e suas representadas. Consolidou-se como líder na fabricação de máquinas para a transformação de arames e tubos, e continua investindo, para atender às necessidades de seus clientes neste segmento.
Em 1996, a Higeland foi adquirida pelo Grupo Wafios da Alemanha e a tecnologia da fabricação de pentes foi transferida para a Wafios do Brasil, que deu início a sua produção. “Tivemos que fazer altos investimentos em máquinas importadas, ferramentas e software. Somos pioneiros na produção de pentes especiais, o que nos permitiu atingir a liderança no mercado brasileiro”, diz Frank Fassnacht, diretor de produção da empresa. “Utilizamos um software específico, desenvolvido e constantemente aprimorado pela Hilgeland, para programar as máquinas que usinam os blanks dos pentes laminadores”, comenta Guillermo Anselmo Taboada, diretor administrativo e comercial da empresa.
A Wafios do Brasil fabrica pentes para roscas métricas e pentes para roscas especiais. Segundo Frank, os pentes especiais são o carro-chefe da WdB. O cliente apresenta um desenho do parafuso ou às vezes até o próprio parafuso para que a empresa desenvolva o pente específico para produzi-lo. O prazo entre a entrada de um pedido de pente especial e a entrega do produto é de cerca de 30 dias, entretanto, a empresa está aprimorando a produção para encurtar esse tempo.
“Nossos pentes são fabricados com aço especial da Villares, recebem tratamento térmico que especificamos para a Brasimet, e são usinados com alta precisão, com fresas importadas da Alemanha, que garantem a exatidão do ângulo dos filetes e o acabamento final do produto. Tudo isso é resultado da alta tecnologia utilizada”, acrescenta Frank. Frank e Guilhermo afirmam que o diferencial da Wafios do Brasil está na qualidade, no domínio da tecnologia, na agilidade para entrega do pedido e, principalmente, na assistência pós-venda que a empresa oferece. “Nossos produtos se destacam pela maior vida útil, garantindo maior produtividade e uniformidade na produção”, comenta Guilhermo.
Ele acrescenta que o maior desafio da empresa é aumentar sua participação no mercado de pentes padronizados, sem abrir mão da qualidade da matéria-prima nem do processo de fabricação, que encarecem sobremaneira o preço do produto acabado. “Hoje, nossa participação no mercado gira em torno de 75% e queremos mais. Tudo com produção 100% nacional”, complementa Frank.
Uma das pioneiras
Empresa de origem alemã que surgiu como braço brasileiro da Gebr, Hilgeland Gmbh & co com tradição mundial de mais de 85 anos, a Himafe está instalada no Brasil desde 1968, fabricando pentes laminadores, máquinas para embalagens, conformação a frio, moldes, ferramentas, usinagens especiais, projeto de máquinas especiais, com alta tecnologia. “O primeiro par de pentes laminadores produzidos no Brasil foi fabricado pela Himafe”, afi rma Erivaldo Bezerra, diretor presidente da empresa.
De acordo com a empresa, seus pentes laminadores são executados com o mais alto nível tecnológico, sendo fabricados em aço liga especial, para produzir roscas nas normas: ISO, NC, BSW, BA, WW, auto-atarraxante, tipos A, B, BZ, rosca trapezoidal, dente de serra, recartilha ou especiais sob encomenda” Bezerra explica que para desenvolver um pente especial é necessário o envolvimento de um departamento técnico, engenheiros projetistas. “Por isso, pentes realmente especiais só a Himafe que faz”, afirma.
Ele acrescenta que o custo de um pente especial, na primeira vez em que ele é fabricado, é maior porque envolve o projeto e a fabricação; depois, ele diminui bastante. “Uma coisa que você não vê nas outras empresas é o pente recondicionado onde se reutiliza o aço. A Himafe possui uma máquina que faz as fresas no próprio pente duro, no aço temperado. Assim, por 60% do custo de um pente novo, o recondicionado produz a mesma quantidade de parafusos. É uma economia de 40% no custo para produzir a mesma quantidade”, comenta Bezerra.
Ele diz que, devido ao estoque, a Himafe pode entregar um pente normal em 72 horas. Já o tempo de entrega de um pente especial vai depender da particularidade do pedido porque envolve o desenvolvimento do projeto, a aprovação do cliente e a fabricação do pente. “A partir da aprovação do projeto pelo cliente, podemos entregar o primeiro jogo em 15 dias. Depois do primeiro par de pentes, os próximos também podem ser entregues em 72 horas”, finaliza Bezerra.
Iniciando no mercado
Fundada em 1968 a Cavour iniciou suas atividades na fabricação de máquinas laminadoras de roscas para atender as indústrias do segmento de fixadores. As laminadoras Cavour trouxeram inovação para o mercado tendo em vista que o perfil das peças (roscas e recartilhas) eram usinadas, acarretando baixa produtividade e restrições à qualidade, já com as laminadoras houve um aumento na produtividade e grande melhoria na qualidade das peças. Com ótima aceitação das laminadoras pelo mercado, a empresa passou a fabricar, a partir dos anos 80, as ferramentas laminadoras de perfil (roscas e recartilhas) fundamentais no processo de laminação. “Contando com os melhores profissionais do mercado a Cavour tornou-se líder nacional em máquinas e ferramentas de roscas e tem o compromisso de buscar sempre novas alternativas para melhorar o desempenho de nossos clientes o que justifica o nosso slogan (Cavour, de fato a melhor)”, afirma Gustavo Monesi, gerente comercial da empresa.
No mercado de pentes há apenas três meses, a empresa fabrica e recupera pentes laminadores utilizados para a alta produção de parafusos. Vale lembrar que os pentes são fabricados em aços especiais e nobres (VF800, M2, M42), que proporcionam qualidade e durabilidade ao produto. “No início fizemos pentes de amostra e solicitamos que alguns clientes testassem nosso produto. Com a aprovação, iniciamos o processo de produção e já contamos com pelo menos três clientes grandes”, conta Gustavo.
“Também estamos desenvolvendo o processo para fabricação de pentes auto-atarraxantes. Mas, já estamos fabricando os pentes padronizados e recuperamos pentes usados também. Temos condição de desenvolver e fabricar qualquer tipo de pente”, explica Edmilso F. de Morais, coordenador técnico da Cavour. Ele destaca que atualmente o prazo para entrega de um pente especial é de 25 a 30 dias. “Temos uma área de engenharia de desenvolvimento de novos projetos pronta para atender às necessidades de nossos clientes. Essa área desenvolve soluções específicas para cada cliente”, diz Gustavo. Vale destacar que a empresa investiu em torno de R$ 1 milhão para fabricar pentes laminadores e pretende investir ainda mais.
Pentes importados
A AJK Importação e Exportação comercializa pentes de laminação de roscas importados de três origens: Taiwan, Japão e Inglaterra. A empresa fornece pentes auto-atarraxantes, chipboard, madeira, métricos, pós-têmpera e formas especiais. “Nosso diferencial está no material utilizado e no total controle do processo de tratamento térmico”, explica Anton Kittler, gerente de vendas da AJK. Com mais de 85 anos de experiência, a Reed Rico, empresa pertencente ao grupo PTG (Precision Tool Group) e representada no Brasil pela SouthWind International, se destaca no mercado mundial como um dos maiores fornecedores de pentes planos de laminação de roscas standard e licenciados, entre os quais estão incluídas as roscas: Reminc e Ejot. Entretanto, vale lembrar que além destes, a empresa também fabrica pentes de laminação especiais. Sua mais nova tecnologia são os pentes tipo F3 (Flaw Free Form), que oferecem formato livre de defeitos onde a laminação da rosca é confinada, laminando todo o perfil do filete, inclusive a crista, eliminando assim as indesejáveis dobras de laminação.
Matéria-prima: o que há de novo
Os processos de conformação a frio são freqüentemente empregados pela indústria de parafusos. Exemplo típico é a laminação de roscas. A necessidade de melhoria contínua desses processos torna cada vez mais importante a utilização de ferramentas de maior vida útil. Nesse sentido, a Villares Metals desenvolveu e lançou no mercado o aço VF800AT. Em relação aos aços convencionais para trabalho a frio, da série AISI D, ele possui como diferencial a melhoria da tenacidade. As ferramentas feitas com o novo material são, assim, mais resistentes à iniciação e propagação de trincas.
Possuem maior resistência à falhas que envolvam quebra, lascamentos ou trincamentos das regiões de corte. Em ferramentas de trabalho a frio, este tipo de falha é muito crítico, pois impede a reutilização da ferramenta, quando esta poderia, por exemplo, ser retificada ou reafiada. Outra importante causa de falha em ferramentas de conformação a frio é o desgaste. O sucessivo contato da ferramenta com o material conformado, em geral aço baixo C, causa perda de corte ou desvio da dimensão da ferramenta, impedindo sua utilização. O mecanismo de desgaste é, em geral, adesivo (metal contra metal).
Nestas situações, a maior tenacidade do aço VF800AT é também interessante. Por inibir microlascamentos e microtrincamentos, ela retarda o desgaste observado macroscopicamente. Assim, uma maior resistência ao desgaste é promovida, aumentando a vida útil da ferramenta. A melhoria da tenacidade do aço VF800AT, chave para o sucesso deste material, resulta de um cuidadoso balanceamento de sua composição química. Em relação aos aços D2 e D6, o VF800AT possui menor teor de carbono e cromo, e maior teor de molibdênio.
Isso confere a formação de carbonetos primários mais finos e, também, permite a realização do tratamento térmico de revenimento em alta temperatura. Assim, os dois fatores citados geram a melhoria da tenacidade do material, pois promovem uma matriz micro estrutural mais tenaz e menor fração e tamanho de fases frágeis (carbonetos). O ganho de vida útil com a adoção do VF800AT tem sido significativo, com casos freqüentes de aumento da ordem de 150%.
Paulo Haddad
Consultor Técnico da Villares Metals
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