Editorial
Sem temer o piloto automático
Instituições bem estruturadas são o caminho para manter a economia impermeável aos mandatários vigentes
Ao concluir a edição anterior (RP63 - abril/maio 2017) estávamos atordoados com os impactos dos escândalos envolvendo diretamente o atual presidente do Brasil. Nosso entrevistado na ocasião, o jornalista e economista Luís Artur Nogueira, já dizia – não se perca pela palavra – “temer” alguma brusca mudança vinda de Brasília.
Durante uma troca de mensagens eu disse a ele: “agora teremos uma oportunidade para ver o quanto a economia consegue manter-se impermeável à política”. Em outras palavras, será que aquele empresário vai dar continuidade ao plano de construir uma nova fábrica? Será que aquele cidadão que estava pensando em comprar um carro novo vai, ou não, frustrar o vendedor da concessionária, que por sua vez está prestes a comprar o apartamento dos seus sonhos?
No fechamento deste editorial o nível desta impermeabilidade se mostrava em patamares elevados, cenário ilustrado pelos indicadores econômicos, como o nível de produção industrial que teve 4% de avanço em relação a 2016, o melhor desempenho em sete anos, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Especificamente no setor automotivo, que impacta muito no mercado de fixadores, as vendas passaram de um milhão de unidades antes do fim da primeira semana de julho, crescimento de 4,2% em relação a 2016, de acordo com a agência AutoInforme.
Concluindo, um legado deste atual governo está em manter instituições sólidas – como o Banco Central e os ministérios das áreas da produçãoe de serviços – operando impermeáveis à política tradicional e, principalmente, com condução por pessoas altamente habilitadas para suas funções, mantendo a nação mais segura no piloto automático.
Boa leitura!
Sérgio Milatias