Prezado leitor,
Para os leigos, parafusos e similares permanecem, aparentemente, iguais há muito tempo. Isso é algo que nós discordamos, pois vivemos o dia-a-dia deste setor e sabemos que sua complexidade é muito maior do que se supõe por aí. O final do ciclo de vida dos fixadores ainda é remoto, porém, estariam os fabricantes do Brasil diante de um desaparecimento da produção em solo nacional? Por outro lado, quem revende ou compra, perde ou ganha com esta transformação? Reiterando nosso colunista, Hans Müller (que citou este tema na edição 12), na década de 1960, foi publicado na Harward Business Review o artigo Miopia em Marketing, de autoria do americano Theodore Levitt, economista e professor da Escola de Administração de Empresas da Universidade de Harvard, EUA.
Um dos grandes nomes do marketing, Levitt descreve que este fenômeno tende a acontecer pelo fato das empresas se concentrarem somente no produto, ao invés de se preocuparem, primeiramente, com seus clientes. Em um dos exemplos apresentados, ele cita o caso de uma fabricante de chicotes para carruagens, que desapareceu com o surgimento dos automóveis. Segundo o autor, ela não teria percebido que o seu papel não era mais produzir chicotes, e sim aditivos.
Diversos produtos ou serviços desapareceram ou desaparecerão em razão do final do seu ciclo de vida, cabendo as empresas e pessoas detectarem essa transformação a tempo de fazerem as correções necessárias. Podemos citar os “orelhões” como exemplo deste caso. Muitos de vocês, leitores, devem ter eliminado o uso do telefone público em razão do telefone celular. Como ficaria, então, o fabricante do “orelhão”? Deveria ele esperar as pessoas desistirem do prático e genial aparelho criado pela Motorola?
Boa leitura
Sergio Milatias
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