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Entrevista
03/10/2016 11h32

Entrevista


Elbia Silva Gannoum, presidente da Associação
Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica

Executiva, profundamente envolvida com atividades no setor energético nacional, apresenta um interessante panorama deste setor emergente
 

Vivemos a era em que novas fontes de energia – algo que pareci pertencer a um futuro distante – começam amadurecer rapidamente, trazendo consigo certezas na diminuição dos impactos ambientais, mas tendo também incertezas em como lidar com interrupções momentâneas, caso da matriz energética “vinda do deus mitológico Éolo, o senhor dos ventos”.

Sendo assim, nada mais indicado do que buscarmos informações junto aos especialistas no tema, caso de nossa entrevistada, dona de um extenso portifólio. Elbia Silva Gannoum é doutora em engenharia de produção e mestre em economia pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde também lecionou, além de ser bacharel em ciências econômicas pela Universidade Federal de Uberlândia, MG.

Desde setembro de 2011 preside a ABEEólica, e faz parte da diretoria da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Foi conselheira da Eletrosul (2005-2006), economista-chefe do Ministério de Minas e Energia (2003-2006), coordenadora de política institucional do Ministério da Fazenda (2002-2003) e assessora na Eletrobras e na Aneel, a Elbia Silva Gannoum Agência Nacional de Energia Elétrica (2001).



Qual é a porcentagem atual desta matriz no Brasil e no mundo?

No Brasil a energia eólica responde em cerca de 7% da matriz elétrica. No caso internacional, veja o gráfico abaixo (Fig.1). Mas vale uma consulta no último relatório anual do Global Wind Energy Council – GWEC (digite no Google “Global Wind Report 2016 pdf”).

 
Onde estão os maiores parques eólicos no Brasil e onde haverá expansão?
 
Logo abaixo (Fig. 2) apresentamos os parques eólicos em atividades, divididos por estados e, em seguida, os que estão em construção e que mostra, portanto, onde haverá expansão (Fig. 3).
 
Os parques instalados são subdivididos em três categorias: aptos a operar, operando em teste e operando comercialmente. A capacidade instalada ao final de julho foi de 9,96 GW.
 
 
Os parques em construção são subdivididos em duas categorias: em construção e constratados. Ambos somaram, no mesmo período, 8,46 GW.
 
 
 
Quais são as maiores vantagens e desvantagens (riscos) desta matriz?
 
A energia eólica é completamente limpa, não há emissão de C02 em sua geração. Além disso, há baixo impacto ambiental nas regiões, considerando, especialmente, que os donos das terras podem continuar a exercer outra atividade e produzir nas terras (Fig. 4). A energia eólica convive com agricultura e criação de animais, por exemplo. Outro ponto positivo no caso brasileiro é o fato de que temos cadeia produtiva 80% nacionalizada, facilitando produção, logística e competitividade. 
 
 
Sobre desvantagens, não temos nenhuma a apontar, mas vale ressaltar um desafio da fonte que, embora esteja atualmente menor do que já fora, ainda é um ponto importante: é de amplo conhecimento que em um passado recente do setor alguns parques eólicos estavam aptos a operar, mas sem conexão devido a um descompasso entre os cronogramas dos parques e das linhas de transmissão. Esta situação, natural de um processo de crescimento rápido de uma indústria, vem sendo solucionada e atualmente apenas 15 parques estão sem conexão (377,5 MW), menos de 4% do total. Para mitigar a falta de conexão, dado principalmente o descompasso dos cronogramas, nos leilões de energia recentes, há uma etapa classificatória que filtra para a etapa de lances de preço dada a disponibilidade de escoamento da transmissão, ou seja, apenas passa para a fase competitiva (de preços) do leilão aquele projeto que tiver uma linha de transmissão disponível e com capacidade remanescente suficiente para que seja gerada energia eólica e injetada na rede.
 
Qual é o tempo de vida útil de uma torre + aerogerador, esteja ele instalado na terra ou no mar?
 
De forma geral, cerca de vinte anos, mas este é um ponto que tende a mudar considerando desenvolvimento tecnológico.
 
Um recente estudo aponta que energia solar e eólica devem superar as matrizes atuais em 25 anos. Quais são os números e estimativas da ABEE?
 
Nossas estimativas atuais têm como base os contratos já assinados. O gráfico de evolução (Fig. 5) muda conforme novos leilões acontecem e mais energia eólica é adicionada ao sistema. Hoje estamos com 9.96 GW de potência instalada e vamos chegar a 18.4 GW em 2020 considerando os
contratos já assinados.
 
Quais são as médias de custo entre este tipo de energia e as demais? Quais são as projeções para equiparação de custos às demais fontes?
 
 
É bom lembrar que a fonte eólica já é a segunda fonte mais competitiva em leilões. É importante entender também que no Brasil temos um sistema elétrico único, a precificação para os consumidores é nacional e não regional. Ou seja, em linhas gerais, os custos do setor são divididos entre todos os consumidores e considerando todas as fontes. A eólica hoje responde por cerca de 7% da matriz. A boa notícia é que quanto mais a eólica cresce, maior a diferença na conta total, e uma das justificativas é a não necessidade do acionamento recorrente de usinas térmicas muito caras, conforme mencionado antes. O preço ideal para a comercialização de uma usina eólica no mercado regulado atualmente é de R$ 230,00 por MWh. Esse valor é o segundo mais competitivo do Brasil (perdendo somente para as grandes hidrelétricas) e um dos mais competitivos do mundo. Para comparação mundial, isso se dá principalmente devido ao nosso sistema de comercialização que é via leilão diferente da maioria dos países que tem investimentos subsidiados. 
 
Placas de energia solar já fazem parte de residências. Quando poderemos comprar “kits eólicos” nos home-centers ou nas Casas Bahia?
 
Em relação à microgeração, indicamos a leitura da Resolução Normativa Nº 482/2012, que estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeraçãodistribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica,o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências.
 
Aproveito para compartilhar o Guia de Microgeradores Eólicos, elaborado pelo Instituto Ideal, que pode ser acessado no link www.institutoideal.org/guiaeolica, material bastante divulgado no Brasil.

Elbia Silva Gannoum
Presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica
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CONTEÚDO DA EDIÇÃO

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