Na edição 2016 do Anuário do Parafuso estimamos que só na indústria automotiva brasileira o consumo aparente de fixadores foi superior a 78 mil toneladas. De acordo com Rubens Cioto, uma das maiores autoridades técnicas em fixação no país, nossa estimativa de 60 mil toneladas em fixadores para carros de passeio estava correta.
No caso de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas, Cioto diverge exemplificando: “Num caminhão com motor diesel de 6 cilindros são usados 12 parafusos na capa da biela, 24 no cabeçote, 14 na capa do mancal, 8 no volante, além do damper (peça que absorve a vibração do motor) totalizando, assim, 64 parafusos e um peso de 10 kg. Além de outros 550 variando entre M8 e M24, peso médio unitário de 35 gramas, totalizando mais de 20 kg. Continuando, acrescentamos os parafusos entre o motor e coxins, caixa de direção, sistemas de refrigeração, conexão com a caixa de embreagem, conexões com a caixa de transmissão, coxins cardã e eixo traseiro, totalizando mais de 30 kg. Supondo que seja um caminhão médio e tenha 4 eixos, teremos então 8 rodas e total de 80 parafusos e porcas, com o peso médio de cada fixador, nesta aplicação, em 600 gramas, contando com a porca. Assim, teremos mais de 48 kg por caminhão. Ainda temos os parafusos que fixam os agregados no chassi, como o tanque e os suportes em geral, somando média de 150 parafusos, a maioria deles M14 e peso unitário de 120 gramas, somando mais de 18 kg, totalizando 128 kg, coincidindo com pesquisas que indicam 150 a 200 kg por caminhão. Concluindo, os 74 mil caminhões produzidos no país em 2015 representaram, no mínimo, 15 mil toneladas, o triplo das 4,8 mil publicadas no Anuário.”
Cioto considera que o peso médio unitário por fixador é de 22 gramas na modalidade passeio/leves; 75 em caminhões; 50 nos ônibus e 70 para tratores, implementos agrícolas, maquinas rodoviárias, terraplanagens e similares.
Segundo ele, o Brasil já teve ano em que produziu 120 mil caminhões, com24 mil toneladas de fixadores. No caso de tratores, só parafusos de motor já alcançam os 34,5 kg estimados no Anuário, valendo lembrar que já houve ano em que o Brasil produzia 350 mil motores diesel, e que não estão sendo incluídos nestas estimativas, isso sem contar carrocerias de todos os tipos, compressores e tantos outros.