Editorial
“Totalmente demais”
Segundo Platão, filósofo e matemático que viveu entre 428 e 347 a.C., “o único círculo perfeito é aquele projetamos em nossa mente”. Se estendermos este conceito para nossos planos profissionais, ou pessoais, teremos resultados reais, na maioria das vezes, muito aquém do desejado. Normal.
Usando como exemplo a transição entre um ano e outro, neste período são muito otimistas as projeções para o “novo ciclo”, muitas delas otimistas até demais. Considerando que num dado momento – do ano, dia ou hora – o negócio que você conduz pode não estar bem, simplesmente porque sua fase de grande demanda pode estar na baixa do ciclo (termo este derivado de círculo), mas você ainda não sabe. Normal. Exemplificando, poucas pessoas consomem cervejas das 6 às 9h da manhã. Nesse período, a grande demanda é do café.
Agora imaginemos um gestor que passe a dirigir um restaurante, mas sem conhecer nada do negócio. No primeiro dia, entre 8 11h da manhã, ele poderá concluir que restaurante é “o pior negócio do mundo”, já que ninguém entrou ali. Das 11h em diante as coisas começam a melhorar ciclicamente, ao ponto de alcançar movimentação total entre 12 e 14h, fazendo o gestor considerar que é “o melhor negócio do mundo”. Após às 14h os clientes desaparecem, como no vazio da manhã, mas logo o movimento se reascende com o aproximar do jantar.
Concluindo, tanto num restaurante como em outro tipo de negócio, quemprojetar obter lucratividade total 365 dias/ano 24 horas/dia, estará no ciclo da ilusão, desenhando em sua mente o “círculo perfeito” de Platão. Portanto, ninguém consegue ser “totalmente demais”, lucrando o máximo, todo dia, toda hora.
Recentemente, ao ser perguntado se era feliz,o filósofo Luiz Felipe Pondé respondeu: “sim, de vez em quando”.
Boa leitura!
Sérgio Milatias
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