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Especial
19/09/2013 11h34

 Especial

 
Na porta da UTI, o mercado de máquinas está saindo ou entrando?
 
De um lado, a taxação sobre as máquinas importadas.
De outro, a maior intenção de compra do mundo
 
Em momento complexo de expansão no país, em que se tem as – já cantadas em verso e prosa – obras de infraestrutura, competições esportivas, setor de Oil &Gas bombando negócios e outros, trouxemos uma breve análise de duas situações contraditórias: numa delas, a velha ideia que para proteger a indústria brasileira temos que fechar-nos para a importação; por outro lado, o mercado de máquinas promete, mesmo após a derrubada de Ex-Tarifário, regime que permitia as indústrias de fi xadores comprarem máquinas com menor carga tributária.
 
Proteção desprotege
 
Na mitologia grega, a deusa da cura chama-se Panaceia. Nos dias atuais, esse termo está muito presente em textos, figurado como a “planta que cura todos os males”.  No Brasil, muitos acreditam que a Panaceia para salvar fábricas está no velho método de inviabilizar a importação, e que isso nos protegerá e nos dará o tempo para modernização e retomada da competitividade. Todos sabem que, em décadas passadas, o setor de informática, por exemplo, teve essa “proteção”, nos atirando às trevas da TI.
 
O ganho para esta abordagem ocorre num momento em que a fabricação
brasileira de fixadores acaba de sofrer mais um duro golpe com o fim do Ex-Tarifário para compra de máquinas que estampam e laminam parafusos e outros. Sendo assim, em cada compra de máquinas dessa modalidade será cobrado taxa de 14%, em lugar a anterior de 2%. Em outras palavras, o comprador terá que pagar R$ 12 mil a mais em cada compra de R$ 100 mil. A medida circula desde 14 de agosto passado através do Sinpa (Sindicato das Indústrias de Parafusos e Similares), devido ao pedido da empresa Prensas Schuster, que fabrica máquinas similares. Consultada, a Schuster não se manifestou até o encerramento dessa edição.
 
Tendo como exemplo o setor automotivo, nas demandas de parafusos, em 2012, o modelo Gol da Volkswagen teve produção de 293 mil unidades. Somando 1,2 mil fixadores por unidade, nós chegamos a 351 milhões no total. Considerando que a produção anual brasileira está em 3,4 milhões de carros – e não sendo apenas em carros que se usam parafusos – a tentativa de concentrar o fornecimento de máquinas não ajudará ninguém. A pergunta que se faz é: “Quem ganhará com isso”? Tirar dinheiro do setor privado e entregar ao “eficiente poder público” é o que mais tem afetado a indústria local, o que inviabiliza produzir aqui.
 
Em junho passado, no evento que marcou os 10 anos da Abimei, Associação das Importadoras de Máquinas e Equipamentos, seu presidente, Ennio Crispino, apresentou dados que mostram que as exportações brasileiras sofreram contração de 5% em 2012, com uma mera participação de 1,3% no comércio mundial, enquanto as importações caíram 2,1%. No ranking mundial de competitividade, o Brasil desceu em um ano, de 46º para 51º lugar, de acordo com o International Institute for Management Development (IMD), uma das maiores escolas de negócios do mundo. Entre os Brics, só a África do Sul está pior, caindo de 50º para n53º lugar. A China subiu de 23º para 21º, a Rússia foi do 48º para 42º. A Índia está em 40º. Segundo Crispino há um clamor intencional contra as importações, que pode ser contrariado por dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), mostrando que desde abril, o Brasil vem perdendo posições no comércio internacional,
apesar de importar menos.
 
Ainda segundo o novo diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, medidas protecionistas como “salvaguarda” da indústria nacional são um “passo em falso”. Em agosto último, Azevêdo, primeiro brasileiro a alcançar o cargo, anunciou a entrega do posto de vice-diretor para Yi Xiaozhun, até então embaixador da China na OMC. Com isso, o gigante asiático – o maior cliente brasileiro, e que comprou R$ 41 bi em 2012 – também passa a ter um cargo de alto escalão na OMC, assegurando a ele um papel essencial nas regras do comércio mundial.
 
 
Industrial brasileiro lidera pesquisa na intenção de compras de máquinas
 
O International Business Report (IBR), realizado pela Grant Th ornton, empresa de Middle Market, é uma pesquisa realizada há 21 anos, que tem como objetivo fornecer informações sobre opiniões e expectativas de 12,5 mil empresas em 44 economias, anualmente. Nela, são entrevistados os principais executivos. O resultado coloca o Brasil como o país onde os executivos mais planejam investir na compra de máquinas nos próximos 12 meses. A pesquisa diz que 67% deles direcionaram investimentos para a área, 23% a mais que no trimestre anterior e bem acima da média global de 35%.
 
“É um sinal de que os brasileiros enxergam as melhoras em infraestrutura como meio de garantir um alto nível de competitividade. Reinvestir uma alta porcentagem do lucro é sempre uma boa decisão de negócios”, diz Leandro Scalquette, sócio da Grant Th ornton Brasil. Depois do Brasil, aparecem no ranking o Peru (61%), Turquia (58%), Lituânia (56%) e Nova Zelândia e África (ambos com 50%). Regionalmente, a América Latina lidera no quesito com 55%, acima dos países Bálticos (47%), dos Brics (43%) e da América do Norte (40%). Na contramão, Vietnã (20%), Estados Unidos (40%), Reino Unido (42%) e Emirados Árabes (50%) são os que esperam investir menos.
 
As áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e novas plantas são outras em que os empresários estão de olho. Quase metade deles (43%) tem intenção de investir em P&D, ocupando o 5º lugar, e 27% dos brasileiros planejam fazer investimentos em novas plantas, o maior nível desde o início de 2012. Sob essa perspectiva, fomos ao encontro de algumas importantes empresas no setor.
 
Na condição de fornecedora da indústria de fasteners no Brasil e na América do Sul, J. B. Graef declarou: “acreditamos que a estimativa de investimentos – devido a necessidade de modernização (troca de máquinas antigas/obsoletas) e de ampliações da capacidade produtiva – será em torno de US$ 100 milhões em 5 anos. Se ocorrer substituição de importações de fixadores, esse numero pode dobrar. Acreditamos na modernização das indústrias, mas, atualmente, o mercado está claramente direcionado para ampliação/diversificação na produção, salvo raras exceções. No Brasil, modernizar o parque fabril do fixador não é prioritário. Não raro, encontrarmos muitas máquinas com mais de 30 ou até 40 anos ainda em operação”, disse.
 
“Por outro lado, a politica tributária para importações atinge máquinas e equipamentos sem similar nacional de forma indiscriminada, onerando investimentos na eficiência, que poderia gerar a substituição de fixadores importados, ao reduzir os custos das fabricantes. É muito frustrante, pois isso cria uma enorme estagnação tecnológica e operacional, ntraduzindo-se em custos maiores e piora da nossa competividade”, concluiu Graef.
 
“Nossos investimentos foram de mais de R$ 3 milhões na fábrica, e a estratégia é investir em máquinas 5% sobre o nosso faturamento anual. Estamos diversificando nossa produção com a introdução de juntas de vedação industrial, que já estão sendo produzidas na planta industrial no bairro de Itaquera, capital paulistana”, declarou Marcelo Turco, general manager no Brasil da Cifal-Lamons Brasil.
 
 
Nesse cenário, a Metalbrax confirma a pesquisa, com planos de investimento de R$ 1 milhão nos próximos n12 meses em compras de máquinas. Segundo Marcos Fernandes, CEO, a atuação da Metalbrax ocorre em setores de expansão plena, como máquinas pesadas, implementos rodoviários, transmissão de energia, além de gás e petróleo. Tudo isso tem demandado investimentos acima do valor citado, considerando que a sede, em Guarulhos, SP, é hoje um misto de fábrica e canteiro de obras devido à expansão contínua. “Buscamos ampliar 100% de nossa produção através de novos contratos, mas as difi culdades com preços, financiamentos, taxas e concorrência são um problema constante”, concluiu Fernandes.
 
Segundo Michael Kleber, CEO da New-Fix, “ainda estamos investindo em máquinas, as últimas chegarão ao final de setembro deste ano. Temos intenção e necessidade de investir em mais uma linha de tratamento superficial (zincagem), para mais de 300 toneladas/mês. Pretendemos adquirir mais 15 laminadoras de rosca devido à aquisição de 30 prensas, ainda em fase de entrega. Com esses investimentos, queremos alavancar a produção em mais de 30% em 2014, dos quais 10% serão de novos produtos, como parafusos estruturais para móveis, parafusos cabeça francês, entre outros. O grande entrave, que praticamente fabricamos 95% dos produtos que comercializamos, ainda são os importados, porém, a valorização do dólar deverá reativar a produção local, e estamos nos preparando para essa retomada, saindo na frente de quem sempre priorizou importar”, concluiu.
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