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30/08/2009 01h33

Passos longos

A Ciser Completa em outubro 50 anos de atividade, mas o grupo H. Carlos Schneider é bem mais antigo que isso. A Casa do Aço foi o início de uma história de sucesso, que teve grande importância para a economia e formação de Joinville, SC



A cidade de Joinville, SC, é o terceiro maior pólo industrial do sul do Brasil. A região produz aproximadamente 14% (valor adicionado fiscal) do PIB – Produto Interno Bruto – do estado de Santa Catarina. É formada por grandes conglomerados do setor metal-mecânico, químico, plásticos, têxtil e de desenvolvimento de software, tornando-a um grande pólo dessa tecnologia. Destaque para as maiores empresas da cidade: Amanco, Busscar, Ciser, Datasul, Docol, Döhler, Embraco, Krona, Lepper, Schulz, Tigre, Tupy, Universal Leaf Tabacos, Wetzel, Whirlpool, Viqua, entre outras.

E neste grupo está uma fabricante de elementos de fixação, que mais do que uma empresa, é parte fundamental na história deste município, pois colaborou para o crescimento, desenvolvimento e formação cultural local. Você certamente já identificou o personagem principal dessa matéria, mas provavelmente nao é capaz de imaginar os inúmeros detalhes que fizeram parte desta história de sucesso. A Ciser Parafusos e Porcas completa 50 anos em outubro de 2009, e a reportagem da Revista do Parafuso foi até a sede da fábrica conferir a autenticidade do slogan da marca “Se é Ciser, pode confiar”, e porquê tanta segurança com este mote.

Ficamos impressionados com a organização, disponibilização, estrutura, tecnologia, investimentos, entre tantos outros fatores empregados que você conhecerá a partir de agora. Os anos se passaram, e a empresa expandiu, sempre respeitando o mercado, mas principalmente, preocupada com seus colaboradores, e mantendo responsabilidades sócio ambientais, itens que fizeram dela uma das 150 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Revista Exame divulgada no início de setembro de 2009. Dentre tantas iniciativas, criou-se o Centro de Formação Técnica – CFT, que tem o objetivo de qualificar os funcionários diretamente ligados ao processo produtivo, permitindo a ampliação de negócios com produtos e serviços diferenciados e inovadores.

História
Em 1881, com apenas 27 anos, Karl Schneider deixou a Alemanha e instalou-se em Joinville (na época com apenas 30 anos de fundação). Ele foi o precursor dos negócios da família em solo brasileiro, e abriu a Casa do Aço, um comércio que vendia de tudo, desde ferragens, a louças e tecidos, conservas e produtos da regiao. Nascia então, o as empresas H. Carlos Schneider.


Casa do Aço, fundada em 1881

Como um grande visionário da época, vendia os produtos que importava e também exportava os itens brasileiros, em detaque o mel, frutas e flores secas. Foi ele quem trouxe as primeiras bicicletas ao País, e juntamente, com importação de uma diversidade de sementes de flores, contribuiu para a identificaçao de Joinville, conhecida como a Cidade das Bicicletas e Cidade das Flores. O filho, Hans Emílio Carlos Schneider, que estudou comércio na Alemanha, impôs um novo ritmo aos negócios, e a pequena Casa do Aço, tornou-se a maior do genêro em Santa Catarina.

O empreendedorismo estava no sangue da família, e com o mesmo espírito de seus antepassados, Carlos Frederico Adolfo Schneider, neto de Karl, percebeu que o mercado requeria produtos de elementos de fixação, até então, importados. E no dia 20 de outubro de 1959, fundou a Cia Industrial H. Carlos Schneider, conhecida pela marca Ciser Parafusos e Porcas. No final da década de 1970, instalou-se um escritório de vendas e centro de distribuição em São Paulo, na Vila Ema. Em 1972, a Casa do Aço deixou de pertencer aos Schneiders, sendo incorporada ao Grupo ICO, atual Ferramentas Gerais. As atividades da Cia Industrial H. Carlos Schneider ficaram concentradas na Ciser, na HCS – exportação de flores secas – e na Hacasa, empreendimentos imobiliários. Hoje, o grupo é formado pela Ciser, Hacasa Administração e Empreendimentos Imobiliários, Agropecuária Parati e Intercargo Transportes.

Uma gigante em fixação
Carlos Rodolfo Schneider (bisneto do fundador do grupo), assumiu a presidência da empresa em 2005, e desde então, a firma tem passado por muitas mudanças. Consciente das exigências e velocidade como os negócios acontecem no mundo globalizado, Schneider autorizou importantes investimentos no parque fabril para manter a qualidade dos produtos e agilidade nas operações, com destaque para maquinários que produzem elementos de alta complexibilidade, direcionados aos segmentos automotivos, de infra-estrutura e implementos agrícolas. O que começou com a Casa do Aço, possui hoje mais de 60 mil m2, com duas unidades: Joinville, SC, e Sarzedo, MG.


Carlos Rodolfo Scheneider; presidente da Ciser

Em 1959, fabricavam-se 2.500 mil peças por dia, a rosca do parafuso era feita a mão e trabalhavam apenas quatro funcionários. Passados 50 anos, os números mudaram drasticamente: no ano de 2007, a empresa cresceu 31,6% a alcançou um faturamento de U$ 186 milhões, graças à demanda interna, que se manteve aquecida no ano de 2008, quando alcançou o faturamento de R$ 397,6 milhões.

Possui capacidade produtiva diária acima de 230 toneladas, fabricando 15 mil itens agrupados em 461 linhas, sendo alguns deles parafusos sextavados, francês, fendado, parafusos para estruturas metálicas, parafusos especiais de acordo com a necessidade do cliente, porcas normalizadas e especiais. Desta produção, atualmente, 10% é destinada à exportação, que tem maior foco na América do Sul. Segundo o diretor Vinicius Allage, há três anos esse número atingia 20%. “Todos os países do nosso continente, com exceção da Argentina, podem importar.

 

E procuramos fortalecer relações com Uruguai, Paraguai, Bolívia, entre outros. Mas, sempre lembrando, que esses países têm a liberdade de comprar da China, desta forma, enfrentamos uma concorrência muito dura e isso fez com que as nossas vendas no exterior caíssem bastante em 2009”, explicou. A empresa possui 400 máquinas em operação, produzindo parafusos e porcas em diversas variações de dimensões nominais, no sistema métrico e de polegadas, de acordo com as especificações de normas técnicas nacionais e internacionais como DIN, ABNT, ISO, SAE, ASTM e ANSI. Atende os segmentos de varejo, atacado, metal -mecânico, construção civil, estruturas metálicas/torres, eletroferragens, agricola, automotivo, bicicleta, linha branca e marrom, eletrônica, ferroviário e moveleiro, gerando emprego a 1.200 pessoas. Seus produtos estão presentes em mais de 120 países, por meio do atendimento a 18 mil clientes.

Recentemente, a Ciser entrou para mais um setor: o naval e petroquímico. Nos dias 16 a 19 de junho, a empresa participou da Brasil Off -Shore (realizada em Macaé, RJ) e apresentou o estojo B7 (composto por prisioneiro ASTM A 193 B7 e porca sextavada pesada ASTM A 1942H) e barras roscadas B7.  Em 17 de junho deste ano, conquistou a certificação que possibilita o fornecimento de peças para usinas nucleares. Isso foi possível depois que a Ciser foi credenciada pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás criada em 1997, para operar e construir usinas termonucleares no Brasil.

Os responsável pela construção da usina Angra 3, realizaram uma auditoria e confirmaram que o Sistema de Gestão da Qualidade Ciser, baseado nas normas ISO 9000, garante processos dentro dos mais altos padrões mundiais, apto a atender as demandas desse mercado. Segundo o presidente, a empresa se diferencia na tecnologia com o desenvolvimento próprio de produtos, novas linhas e a busca contínua de inovações. No âmbito comercial, desenvolve serviços customizados, portifólios de produtos e atendimento. Qualidade e pontualidade são itens primordiais da marca.

Execução e planejamento
Em 2007, a Ciser investiu numa nova unidade fabril no município de Sarzedo, MG, próximo a Betim, para atender o setor automotivo: Ciser Automotive. A fábrica mineira foi inaugurada em 2008, num total de R$ 40 milhões investidos, além de uma parceria com a Nedschroef (companhia holandesa de fixadores e uma das maiores da Europa). São 12.500 m² de área construída, em um terreno de 110.000 m². A capacidade de produção é de 1.000 toneladas/mês, divididas entre as linhas de parafusos, porcas e produtos especiais, com geometrias diferentes. Os alvos são os fabricantes de automóveis, caminhões, motocicletas e ônibus em todo o território nacional.Com cerca de 100 colaboradores, a empresa deve alcançar um total de 200 funcionários até o final de 2009, contratando mão-de-obra na região e capacitando-a em parceria com o Senai.


Vinicius Allage é o diretor responsável pela área de exportação da empresa e da nova fábrica em Joinville

Nos próximos três anos, a projeção de investimento está em torno de R$ 190 milhões em uma nova fábrica no Distrito Industrial de Joinville, com capacidade diária de 500 toneladas. Serão 90 mil m² de área construída em um terreno de 535 mil m2, sendo utilizados 250 mil m2. O projeto já está em curso, em processo de terraplanagem, e quando concluído, as áreas de produção, administração e de distribuição em Santa Catarina serão unificados e transferidos para o novo local. A expectativa é de mais contratação de mão de obra, visto que ela operará em três turnos. “Com facilidade poderemos duplicar nossa produção nessa nova estrutura. Projetamos um crescimento de 50%”, disse Allage, que prevê a mudança em 2012.


Fábrica da Ciser em Sarzedo, MG, com produção destinada ao setor automotivo

Prêmio Ciser de Inovação Tecnológica
A empresa criou em 2008, o Prêmio Ciser de Inovação Tecnológica (anual), um concurso que incentiva a pesquisa científica e tecnológica em nosso País e fomenta a competitividade através de soluções inovadoras desenvolvidas no meio acadêmico dos cursos de Engenharia e Tecnologia. A empresa é pioneira no Brasil ao lançar este prêmio, inédito no segmento de fixadores, e quer buscar novas ideias nas universidades para implementar no mercado brasileiro e mundial. Para participar, os graduandos devem estar devidamente matriculados no ano letivo nos cursos de engenharia e tecnologia. Para o evento de 2009, as inscrições ocorreram de 15 de outubro de 2008 a 31 de julho de 2009 nas categorias “Inovações em Produtos” e “Novas Aplicações e Inovações em Processos de Conformação a Frio e a Quente”. Os projetos podem ser desenvolvidos individualmente ou em equipe, porém, obrigatoriamente acompanhados de um professor-orientador.

As inscrições foram realizadas no site www.ciser.com.br/premioinovacao (onde constam maiores detalhes). Ao todo, serão entregues R$ 42 mil em prêmios aos acadêmicos e seus respectivos professores orientadores. Além do prêmio em dinheiro, há o troféu Menção Honrosa “Carlos Frederico Adolfo Schneider”, para o projeto que, embora, não seja premiado nos três lugares acima, receberá o mérito pela criatividade. São parceiros nesta iniciativa as empresas Gerdau, White Martins e SAP, com o apoio do Governo Federal através do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O concurso foi apresentado em 13 universidades brasileiras, atingindo aproximadamente 500 alunos. No site foram recebidas mais de 2 mil visitas durante o período das inscrições. A entrega dos prêmios será em Joinville e deve ocorrer entre os meses de outubro e novembro, em data ainda indefinida.

Responsabilidade social e ambiental
Para incentivar e humanizar a rotina dos profissionais, integrar o trabalho à arte e ao lazer, ela criou em 1997 um coral. A iniciativa tornou-se um sucesso e o Coral Ciser tem se destacado em inúmeras apresentações e festivais. A realização do projeto rendeu à empresa em 2001, o Prêmio Empresa Cidadã ADVB/SC – Categoria Desenvolvimento Cultural. Preocupada com o futuro da água e com qualidade ambiental da região, em 1983 criou o Projeto de Preservação das Nascentes do Rio Quiriri, situado na região nordeste de Santa Catarina. A proteção e revitalização desta mata mantêm preservadas 60% das nascentes do Quiriri, assegurando o abastecimento de 17% da água consumida em Joinville. Vários prêmios foram conquistados com a iniciativa, entre eles o título de Empresa Cidadã em 2001 da ADVB/ SC na categoria Preservação Ambiental, e o Prêmio Superecologia, nas categorias água e empresa, promovido pela Revista Superinteressante, da Editora Abril.

Incentivo ao esporte
A empresa patrocina o time de basquete de Joinville, chamado Ciser/ Araldite/ Univille/ Joinville. A empresa percebeu no trabalho desenvolvido pelo clube, a importância dada por eles a prática de ações sociais que veio ao encontro a um dos valores da marca. Outra oportunidade foi de valorizar e ampliar a exposição da marca, melhorando a comunicação e relacionamento com seus “stakeholders” – clientes, fornecedores, governo e sociedade local, uma vez que a marca está atrelada a um projeto esportivo.

 

Carlos Schneider ocupa os cargos de:
- Presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij),
- Vice-presidente do Sindicato da Indústria de Parafusos, Porcas e Similares no Estado de São Paulo (Sinpa),
- Membro do Conselho Superior de Formulação Estratégica da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc),
- Membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). O empresário já foi cônsul honorário da Colômbia para Santa Catarina, de 1996 a 2003, diretor-presidente da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc) de 2003 a 2005 e presidente do Conselho de Administração da Celesc, também de 2003 a 2005.

Em junho de 2009, Carlos Schneider assumiu a presidência da Associação Empresarial de Joinville (Acij), uma das mais importantes entidades empresariais do Sul do País. Ele defende o engajamento dos empresários em associações de classe e na unificação do discurso em torno das reformas estruturais. Acredita que o Brasil precisa, com urgência, debater e levar adiante as reformas fiscais, política, trabalhista e previdenciária. Para ele, são questões essenciais para que a nação tenha competitividade global em médio prazo.

Carlos Schneider entende que é a sociedade civil organizada, e em particular, as associações empresariais, que precisam pressionar o governo e o Congresso para levar adiante o debate para a realização das reformas estruturais. Como empresário e presidente da Acij, acredita que é necessário discutir o papel e o tamanho do Estado para encontrar formas de reduzir despesas correntes do governo. “Só com a redução das despesas públicas é que é possível cortar a taxa de juros a níveis desejáveis e reduzir impostos. Não adianta querer reduzir carga tributária, se a despesa do governo é alta”.

Schneider exemplificou o ano de 2006, quando o governo federal gastou 27% do PIB (despesas correntes), e investiu 0,55%. “Isto significa que tem algo errado. Gasta-se mais do que investe? Deveria ser o contrário. Para que existe Estado? Para quê foi criado o governo? Foi criado para prestar serviços básicos para a população, fazer investimentos que não seja atrativos para a iniciativa privada e regular minimamente as relações sócios econômicas com confiabilidade”, explicou ele, enfatizando que o governo arrecada para se manter, e não para devolver esse dinheiro em beneficios e investimentos para a sociedade.

Na visão de Schneider, dentro da reforma fiscal está a questão previdenciária, que também não funciona, atende mal e é descriminatória: 3 milhões de funcionários públicos consomem 75% da arrecadação, com aposentadoria integral, e milhões de funcionários da iniciativa privada tem uma aposentadoria de terceiro mundo. Além disso, a previdência gera um defícit recorrente de R$ 50 bilhões por ano, ou seja, um rombo nas contas do governo.

A quarta reforma é das leis trabalhistas. Segundo Carlos Schneider, temos que modernizar a legislação e caminhar na livre negociação entre patrão e empregado. “E não aceitar a lei que está no Congresso Nacional, reduzindo a jornada de trabalho de 44 para 40 horas, que será mais um acréscimo no atraso do País. Temos que combater isso de forma veemente”, salientou. Ser ouvido será o grande desafio! “Mas para isso vamos mobilizar Federações, entidades, a sociedade. Se conseguirmos essa mobilização, talvez sejamos ouvidos; mas caso contrário, tudo permanecerá como está e as gerações futuras pagarão a conta”, encerrou.

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