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Belenus: números comprovam trajetória bem-sucedida
Com faturamento de R$ 315 milhões e investimento de R$ 75 milhões em sua nova fábrica, sua expectativa é alcançar 10% de expansão no seu faturamento
Em muitas fontes consultadas a origem do nome Belenus está associada a um deus da luz, segundo a mitologia celta, povos bárbaros que habitaram a Europa, séculos aC. Por outro lado, este é o mesmo nome de uma das maiores fabricantes de parafusos e porcas na América Latina, a Belenus do Brasil.
Com um avanço impressionante, seus números indicam uma grande expansão, sendo que em 2010 ela faturou R$ 315 milhões e investiu R$ 75 milhões em sua unidade industrial Vinhedo, SP – com 36 mil de área construída, num total de 150 mil m², em substituição a antiga unidade, em Jundiaí – num período de três a quatro anos.
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Sob o comando do presidente João Marcos Lucas e do seu filho, Sérgio Lucas (diretor de desenvolvimento e estratégia), Ézio Ruocco (vice-presidente), Paulo Sérgio e João M. Lucas Roberto dos Santos (diretor comercial da divisão de Fixadores) e Luís Carlos Moço (diretor comercial da divisão Ferramentas e Atacado), a empresa obtém destaque no mercado por seus elementos de fixação de alta performance, especialmente os produtos em aço inox. “Nossa meta é consolidar a nova fábrica, investir na melhoria de equipamentos e inovação tecnológica. Com isso, nossa expectativa é aumentar em 10% nosso faturamento este ano e entrar em novos mercados, diversificando a carteira de clientes”, prevê Sérgio Lucas. Projetada para fazer três mil toneladas/mês em dois turnos, a nova fábrica já produz 1.400 toneladas/mês em apenas um turno. O carro-chefe da empresa são os fixadores, contemplando 75% do negócio, sendo 20% para a linha de ferramentas (da marca BelTools, que recentemente incorporou transpaletes e empilhadeiras elétricas), e movimentação de outros produtos que respondem por 5% do faturamento. Ao todo são mais de 25 mil produtos em estoque na linha de fixação, tendo destaque a produção de parafusos standard. “Nosso principal mercado é a indústria metal-mecânica. Não temos identificação completa de quem são os consumidores finais, pois vendemos para as revendas.
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Mas, podemos contabilizar bem mais que 10 mil clientes ativos no período de um ano”, explica o diretor.
Na produção, um diferencial é ser uma das poucas empresas que faz o controle da qualidade de todos os produtos importados, além daqueles que fabrica no Brasil. Possui diversos equipamentos, como espectômetro, máquina de ensaio de tração, Determinador de Torque-Tensão (DTT), durômetros, micro-durômetros e microscópios. No laboratório químico possui câmara de salt spray, câmara úmida, medidor de camadas e outros.
Ela conta atualmente com 850 colaboradores e está em busca da certificação ISO 14000. Para isso, investiu R$ 250 mil no planejamento ambiental de sua nova unidade. Todo o setor da galvânica, um terreno de 2 mil m², foi forrado com uma manta de PVC, com 5 mm de espessura, soldada, impermeável. Embora não tenham recebido esta tarefa como exigência das autoridades ambientais, sua ação foi altamente responsável, tendo o objetivo de prevenir que qualquer substância atinja o solo, caso ocorra algum vazamento. Outra iniciativa é a reutilização de 80% da água, que é tratada e destinada para vasos sanitários entre outras utilidades.
Além da questão ambiental, o bem-estar da sociedade também é preocupação da empresa. Por meio da Associação Atlética Desportiva Cultural Belenus, criada em janeiro de 2004, jovens carentes da região encontram no esporte um motivo a mais para viver. Aulas de futebol, atletismo e vôlei de areia são oferecidas para crianças entre seis e 14 anos com supervisão de profissionais especializados.
Segundo João Marcos, a área de armazenamento do centro de distribuição tem 15 metros de altura e movimenta cerca de 25 mil itens
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Visão de mercado
De acordo com o diretor, o mercado voltado para atender montadoras está vivendo um momento um pouco melhor do que quem atende parafusos comerciais. “Mas, há sete ou oito anos era o oposto. Logo, isso é cíclico. A Belenus é outra, o mercado é outro, e o Brasil é outro. Todos evoluíram. Se começássemos hoje, como 15 anos atrás, provavelmente não teríamos a menor condição de sobrevivência. Nessa época só vendíamos para revendedores as linhas em aço inoxidável. Aumentamos a gama de clientes para indústrias, o que mudou totalmente o negócio e chegamos na atual Belenus”, afirma.
No momento estão sendo feitos investimentos no patamar tecnológico, no nível de qualificação e no capital humano. A equipe de engenharia conta com oito colaboradores (além dos laboratórios para áreas de tratamento superficial, tratamento térmico e qualidade) e cerca de 40% da fábrica possui máquinas de até um ano de uso e mais de 60% do equipamento tem até sete anos de uso. “O mais importante são as pessoas. Uma empresa sótem sucesso se investir em uma equipe qualificada”, diz Sérgio Lucas. “Temos uma equipe que cresceu conosco, que nos acompanha há muitos anos, como o pessoal da área de compras, gerentes, vendas etc. Com essa equipe, conseguimos ajudar o mercado a evoluir, a chegar a um outro patamar de qualidade, de excelência nos serviços.Gostamos de fazer as coisas bem feitas e organizadas”, Sérgio Lucas, diretor da Belenus.
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Quanto à exposição da marca, a empresa não tinha a cultura de participar de feiras. Porém, tinham a sensação que seu nome no mercado era muito menor do que de fato é. Por isso, nos últimos anos, foram feitas ações agressivas para reverter essa imagem. Foram mais de sete participações em feiras do segmento.
Para 2011, as iniciativas estão menores, pois já conseguiram conquistar certa visibilidade. “Investiremos em ações mais compatíveis ao nosso mercado que é de quem vende uma commodity. Utilizaremos outras estratégias publicitárias como propagandas em mídias impressas e ações em PDV”, direciona.
Próximas metas
Aumentar a carteira de clientes, começando a revender para a indústria e a gama de produtos são as metas para a Belenus. “Parafusos inox, que trabalhávamos antes, possui um tipo de característica, um tipo de cliente, um tipo de know-how tecnológico. Quando amplia demais o leque de serviços, começa a ter muito mais know–how para outros produtos, outras soluções”.
Atualmente, a empresa não produz fixadores em inox, às vezes atende pedidos especiais sob encomenda, e justifica que a decisão se dá pela concentração da produção desse material no continente asiático, por uma questão de escala. “A compra desta matéria-prima no Brasil é pouca, pois o mercado é pequeno para isso. E, por outro lado, o frete é tão baixo em relação ao valor do produto, que você pode ter três ou quatro fabricantes mundiais para abastecer o mercado”, argumenta. Para fidelizar o seu público, foi implantado em 2008 o Programa de Vantagens Belenus- Caixa/Mastercard, que contempla lojistas e revendedores com pontuação revertida para benefícios e prêmios, além da vantagem do parcelamento, via financiamento da Caixa Econômica Federal. Esse engajamento se deve pelas medidas de incentivo que o governo federal vem adotando no setor de construção civil. Segundo o diretor, até hoje já foram vendidos mais de 2 mil cartões, o que registrou um aumento de 10% no faturamento.
Caminho percorrido
Os 20 anos de experiência de João Marcos Lucas neste setor foram fundamentais para inaugurar, na década de 70, a Sabará Parafusos, em Santo Amaro (SP).Suas atividades iniciaram trabalhando somente com revendas. Nos anos 90 a empresa mudou para a região da Moóca, em São Paulo e, paralelamente, fundou a Nutinox, voltada exclusivamente para distribuição de parafusos e porcas de inox, que permaneceu no mercado até 2000. Em 1996 chegou Sérgio Lucas, que fez crescer sua revenda e, consequentemente, o quadro de funcionários. Isso fez com que, em 2002, se mudassem para a Vinhedo (SP), oficialmente com o atual nome [Belenus]. Foi um período marcante para a empresa que passou de produção terceirizada para fabricante.Recentemente, Vinhedo abriga a nova fábrica e o centro de distribuição, além da distribuição no Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
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