Editorial
No meu sonho, o Lula é dono de uma metalúrgica
Empatia é a capacidade de uma pessoa saber se colocar no lugar de outra, buscando identificar sentimentos, necessidades e/ou desejos. Recentemente, tive um sonho, onde o “ex-presidente” Lula era o dono de uma indústria metalúrgica. Era uma fábrica de parafusos. Isso mesmo, Lula na condição de industrial, chegando pela manhã com um carrão grande, preto, bem bacana, blindado e com insulfilm. Um daqueles carrões importados que não tem sequer um parafuso fabricado no Brasil. Esta empresa era sua única fonte de riqueza e/ou sobrevivência.
Agora feche os olhos e imagine, estando no meu sonho, como seria interessante vê-lo numa negociação para ajuste de preços com seus clientes, ambos assombrados pelos aumentos da matéria-prima e por este autofágico “Frankenstein Tributário”, que nem ele, nem seu antecessor, foram capazes de ajustar para algo mais decente.
Seria ainda mais interessante testemunhar suas negociações com a mão de obra. Isso mesmo, os sindicatos trabalhistas. Ou então, em um momento onde teria que optar entre desligar e cobrir suas máquinas com uma lona (ou vendê-las), demitir trabalhadores, mudando para a condição de importador dos parafusos que ele mesmo deixaria de produzir, passando a importar fixadores iguais aos do carrão dele.
Bem, sabemos que Lula não está no Poder, oficialmente. Sua citação neste texto visa usá-lo como exemplo de políticos que precisam ter empatia com quem produz. Na economia de mercado quem garante o emprego é o próprio empregado, desde que ele encontre trabalho e salário para consumir. Por sua vez, na tributação fica claro que arrecadar 40% de nada é igual a nada.
Nossos mandatários falam que entendem o problema. Não parece. Como disse em certa ocasião o professor Hans Müller: “É difícil fazer um sujeito entender o que é uma furadeira, sendo que ele ainda não aprendeu o que é um furo”. A atuação da classe política é fundamental para o bem-estar de todos, por isso devem estar mais em sintonia com a realidade, para traçar e executar planos mais eficazes, como busca o Movimento Brasil Eficiente (MBE), destaque nesta edição com a entrevista de Carlos R. Schneider, atual presidente. Nela, Schneider fala dos planos e ações da entidade – que conta com pessoas ilustres, como Delfim Netto (ex-ministro da Fazenda), João Roberto Marinho (Organizações Globo), o tributarista Ives Gandra e até o cartunista Ziraldo, entre outros –, propondo saídas para elevar a eficiência no gasto público, que permita a redução da carga tributária e ampliação dos investimentos públicos e privados para a geração de mais empregos e o crescimento acelerado e consistente do país.
Boa leitura!
Sérgio Milatias
milatias@revistadoparafuso.com.br
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