Brasil Globalizado?
Das várias funções atribuídas ao marketing (todas importantes), há que se destacar a visão holística de mercado. Mesmo que uma empresa não deseje operar no exterior, não há como ignorar o mercado de forma global. Empresas brasileiras não têm, por tradição, a atuação multinacional com escritórios e plantas produtivas no exterior. Nossa tradição é a de abrigar escritórios e plantas de empresas multinacionais estrangeiras. Este cenário deverá sofrer alguma alteração. Os bancos brasileiros já se posicionam de forma global. Além do Banco do Brasil, instituições como o Bradesco e o Itaú têm projetos e participação no exterior. Este novo posicionamento das empresas do mercado financeiro abrirá oportunidades para empresas industriais e de serviços atuarem no exterior.
Ironicamente, no momento em que vislumbramos oportunidades no exterior, o Brasil passa a ser um dos principais mercados de interesse internacional. Esta é a graça desafiadora que a globalização impõe aos profissionais dedicados em pensar o futuro das empresas nacionais. Segundo levantamento anual divulgado pela Unctad - Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, o Brasil ocupa o terceiro lugar em um ranking de países prioritários para investimentos estrangeiros no período entre 2010 e 2012. Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) ocupam quatro dos cinco primeiros lugares do ranking: 1º China, 2º Índia, 3º Brasil, 4º Estados Unidos e 5º Rússia. São 15 os países apontados no ranking dos quais nove são países em desenvolvimento.
O impacto da crise econômica global foi maior sobre os investimentos programados para os países desenvolvidos do que para os países em desenvolvimento, entretanto e, curiosamente, os países desenvolvidos ainda deverão ser a principal origem esperada dos investimentos no período. São eles: Estados Unidos, seguidos de China, Alemanha, Grã-Bretanha e França. Sem acesso ao modelo de pesquisa, arrisco afirmar que o maior volume de investimento será da China no próprio país. Mesmo assim temos bons motivos para sermos otimistas quanto ao futuro da economia brasileira. Contrariando Michael Porter, é tempo de visão e ação global e local.
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