O ensino e o setor de fixadores
Cursos formam profissionais para a indústria parafuseira, mas ainda faltam referências técnicas para melhor preparo dos alunos
A mão de obra é um dos pilares da industria e, para garantir uma boa produtividade, deve ser preparada e qualificada para cada função. Uma das instituições responsáveis pela formação de técnicos para o setor industrial é o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, que oferece cursos específicos de automação e manufatura para quem quer atuar na industria de fixadores. O curso tem duração de dois anos, com três horas/aula diárias, realizadas de segunda a sexta-feira.
Além dos materiais didáticos, os alunos têm acesso a equipamentos de última geração para o desenvolvimento de projetos e a produção de peças, como o manuseio de máquinas CNC (Computer Numeric Control ou Controle Numérico Computadorizado). Por outro lado, de acordo com o coordenador da Escola Senai “Robert Simonsen”, em São Paulo (SP), Alcindo Daniel Favero, a literatura disponível sobre o setor de fixação é muito restrita. “ Os alunos têm apenas referências. A literatura técnica é deficiente e isso dificulta a distinção ou identificação dos tipos de parafusos existentes no mercado.”
Outro problema apontado pelo coordenador está relacionado às normas determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). “Atualmente, as normas da ABNT atendem a menos de 40% das empresas nacionais, ainda não há uma unificação, um padrão para estes componentes. Como grande parte das empresas vieram de outros países, trouxeram de suas origens, próprias normas”, completa Favero. O resultado é uma infinidade de patentes, às quais os alunos não possuem acesso.
“Cada fabricante utiliza normas, dimensões e materiais específicos. O técnico só terá acesso às normas e aos produtos feitos pela empresa onde irá trabalhar.Uma é diferente da outra”. Apesar do esforço do Senai em explorar da melhor maneira as questões técnicas, o aluno irá conhecer realmente o processo de criação e produção de determinados produtos quando estiver dentro de uma fábrica. Uma medida para melhorar a qualidade de ensino e o preparo dos alunos seria o setor colocar a disposição das instituições de ensino, mais informações sobre seus produtos, como especificações e normas. Isso também seria um benefício para as próprias empresas, que contratariam esses profissionais no futuro.
Da esquerda para a direita, o prof. Luiz Carlos Duarte, Aline Sayuri Kayaki, o prof. Pedro Sertek e o coordenador da Escola Senai "Robert Simonsen", Daniel Alcindo Favero
Escola SENAI " Roberto Simonsen"
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