Na Dalapar, o foco na distribuição garante a saúde do negócio. Ricardo da Silva Silveira diz que a empresa atua como operadora logística de componentes de fixação, adequando-se às necessidades de seus clientes
A experiência de Ricardo da Silva Silveira no setor parafuseiro começou há mais de 20 anos, quando ele ainda trabalhava com seu pai. Após terminar a faculdade de administração, em 1985, percebeu a oportunidade de ter seu próprio negócio e abriu a Dalapar, em São Paulo (SP). Com os vários planos econômicos e as crises que atingiram todos os setores, nos anos 90, a solução encontrada pela empresa foi aperfeiçoar o atendimento, personalizando seus serviços de acordo com as necessidades de cada cliente. “O papel dos revendedores era mais respeitado naquela ocasião (anos 80). Os fabricantes de parafusos forneciam para as indústrias, mas os distribuidores tinham seu espaço garantido. Hoje, as fábricas são mais agressivas e buscam diretamente o cliente, para qualquer negócio, não importa a quantidade ou o tipo de componente a ser fornecido.
Isso prejudica os lojistas.” Para Ricardo, a alternativa é focar a distribuição. A loja deve ser informatizada, possuir um bom sistema de gestão e estar preparada para suprir o mercado que as grandes empresas ainda estão buscando. “Procuramos exercer a função de um operador logístico de componentes de fixação. Adquirimos em grande quantidade das indústrias, incluindo produtos importados, para atender prontamente aos compradores com mais eficiência.” Com certificação ISO 9001-2000, a Dalapar criou uma forma original de customizar seus serviços. “Adotamos um sistema de parceria, no qual realizamos vendas consignadas. É montado um almoxarifado dentro das instalações do cliente e ele paga apenas o que utiliza, sem desperdícios. Assim, evita fazer estoque e reduz custos.” Outro trabalho da empresa é a elaboração de kits.
“O comprador não precisa se preocupar em separar os produtos, pois montamos os conjuntos conforme sua solicitação. Isso facilita o manuseio e também diminui despesas operacionais. Nosso objetivo é oferecer soluções em fixação, tanto no que se refere à especificação do produto quanto à logística.” De acordo com Ricardo, o maior custo do parafuso está na sua aplicação, representando de 10 a 12 vezes o preço da peça. “Por isso, o lojista deve criar técnicas para atender a estas necessidades, aprimorando seus serviços. De agora em diante, para manter o negócio, a solução será adotar parcerias com indústrias a fim de criar alternativas logísticas no setor parafuseiro, como o sistema just in time.”
Qualidade
Na Europa, foi detectada recentemente uma fraude em fixadores — entrada no mercado europeu de peças em desacordo com as normas vigentes — publicada na revista Italian Fasteners. A informação chegou ao Brasil por meio do Núcleo Inox (Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável). Trata-se de uma associação formada por fornecedores de insumos, produtores, reprocessadores, distribuidores, fabricantes e entidades de classe, todos ligados ao aço inoxidável e interessados no desenvolvimento do produto como matéria-prima de tecnologia de ponta. De acordo com o documento, alguns produtos asiáticos tinham especificações diferentes da sua composição.
Componentes caracterizados como “A2” foram analisados por laboratórios especializados e mostraram ter níquel e manganês não conformes com a especificação da EN ISO 3506 (características mecânicas de elementos de fixação em aço inoxidável resistente à corrosão), referentes à sua correta composição. “Isso também pode estar ocorrendo no Brasil e, como forma de garantir a qualidade das peças comercializadas, são feitos testes em laboratório credenciado, antes da entrega ao cliente. Sempre que um fornecedor não é homologado pelo comprador, esta avaliação passa a ser uma exigência. O parafuso é tão importante que se apresentar algum problema pode comprometer a qualidade final do produto”, complementa Ricardo. |