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Entrevista: O outro lado da moeda
30/04/2008 01h55

O setor de autopeças no Brasil deve alcançar a casa do US$ 1,6 bi em investimentos neste ano. Porém a indústria parafuseira, que diretamente ou indiretamente abocanha uma fatia desse bolo, parece estar distante de entender esse mercado, que vai além das grandes montadoras e chega às portas de pequenas reparadoras automotivas espalhadas pelo Brasil

O engenheiro civil e proprietário de uma reparadora automotiva em Araraquara, Alberto Mantese, percebeu que de todo o seu trabalho, que envolve a manutenção dos mais diversos tipos de veículos, o maior entrave é uma peça pequena, esquecida muitas vezes, mas fundamental para a segurança dos automóveis: o parafuso.
Em entrevista para a Revista do Parafuso, o empresário de 46 anos, fala do quanto é importante, durante manutenções em automóveis, a substituição dos elementos de fixação. Acompanhe.
 
 
 
 
Revista do Parafuso - Qual a sua formação acadêmica e experiência profissional?
Alberto Mantese – Eu sou graduado em Engenharia Civil, com pós-graduação com mestrado em Engenharia Mecânica na área de Motores, pela USP de São Carlos. Acho que posso dizer que desde que me conheço por gente, trabalho com reparação de automóveis. Comecei a lidar com motos, mas acabei ficando com carros, por gostar mais.
RP – O senhor tem uma reparadora, certo?
AM - Isso, há 12 anos, aqui em Araraquara. Nós trabalhamos com reparação de motores, suspensão, freios, enfim, tudo que não esteja ligado às áreas de funilaria e pintura.
RP - Como o senhor chegou a conclusão de que durante a troca de peças essenciais em automóveis não é feito a substituição de elementos de fixação?
AM – Não tenho números, nem fiz uma pesquisa global sobre isso. Posso lhe dizer, pelo meu dia-a-dia, que é comum durante as manutenções em automóveis, as avaliações sobre a necessidade ou não da substituição dos elementos de fixação não receberem a devida atenção, em comparação com as demais peças. Apesar dos manuais técnicos de muitas montadoras serem explícitos em relação a essas trocas, há outros que passam certa dubiedade. Tudo é uma questão de bom senso que nem sempre é usado.
RP - Porque, o senhor acredita que isso acontece?
AM – Os motivos são muitos: despreparo, negligência, mas na maioria dos casos há uma grande dificuldade em encontrar no mercado o parafuso exato para a substituição. As indústrias parafuseiras parecem não quererem vender seus produtos. Quem está disposto a seguir as orientações do fabricante não consegue, porque para conseguirmos o que precisamos só por encomenda. Dificilmente você os encontra em lojas de autopeças ou distribuidoras. Agora você imagina o tempo que isso demanda para nós e o cliente que espera pelo seu carro.
RP - Quais os danos que essa “negligência” pode ocasionar aos veículos?
AM – Vários. Só para te dar um exemplo. Os parafusos mais importantes são os do motor, que são os mais difíceis de achar. Quando eles são removidos não conseguirão oferecer no reaperto a mesma precisão anterior de torque (recomendado pelo fabricante) em razão da sua alteração física, ou seja, o esticamento. Esse esticamento pode afetar a vedação, que comprometerá a vida útil do motor, por exemplo. Em alguns casos, pode danificar o bloco de motor, que pode ser uma grande dor de cabeça. A troca desse bloco requer do proprietário, além de todo investimento com a peça, um gasto enorme de tempo para que possa ser feito a sua remarcação, via departamento de trânsito. Já tive casos de clientes, que acabaram comprando um motor novo, fechado diretamente com a montadora, com nova numeração, porque não conseguia passar por todo processo burocrático da remarcação.
 
RP - Quando o senhor fala na dificuldade em encontrar elementos de fixação para essa reposição, quer dizer que as indústrias parafuseiras dão pouco valor ao mercado de reposição?
AM – Acho que sim. Olha quando você vai aos Estados Unidos, eles simplesmente querem te vender tudo. E mesmo que você não precise, eles “criam a necessidade” (risos). Aqui parece que o segmento de elementos de fixação ainda não entendeu o movimento do mercado. Tudo está muito rápido, o consumidor está mais exigente e ciente daquilo que quer. Se ele não encontra, logo descarta, risca da lista. E nós, reparadoras, somos esse consumidor. Para você ter uma idéia, a manutenção de um carro atualmente é infinitamente diferente do que era feito com um Opala 77, por exemplo. O carro atual não pode poluir, não pode parar, enfi m... No Opala você fazia os reapertos das peças, mas agora na revisão tudo precisa ser trocado, isso inclui os parafusos. E onde os encontramos?
RP - De que forma o senhor acredita que este quadro pode ser revertido?
AM – Com certeza com comunicação. Ela é muito falha entre as indústrias de parafusos e as reparadoras de automóveis. Quando você pensa em trocar amortecedores, baterias, juntas, você tem importantes marcas que logo vem a sua cabeça, que você confia e conhece. E quando você pensa em parafusos? Não há nenhuma marca que te faça recorrer. Normalmente as indústrias de autopeças que conhecemos é por que eles vêm até nós, por meio de cursos, palestras, eventos, que ensinam a usar os seus produtos. Elas se comunicam com as associações de reparadoras, que existe em quase todas as cidades do País, se mostram, falam a nossa língua. Sinto, mas acho que as indústrias parafuseiras precisam acordar.
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