A palavra “globalização” vem sendo citada com muita intensidade (em cursos de todos os níveis, palestras, artigos de cunho jornalístico, livros etc) e, equivocadamente, é associada a um fenômeno recente devido a evolução dos modais de comunicação: telefonia e internet. Discordo! Embora o “termo seja recente” (surgido na década de 1980), podemos afi rmar que ela, originalmente, não é a geradora de mudanças, e sim originaria das conseqüências causadas pelas alterações no comportamento do homem e do meio ambiente.
O homem, provavelmente, assumiu o comportamento nômade em razão da escassez de recursos para suprir as suas necessidades, por isso passou a imigrar. Com ele, levava objetos e formas próprias de agir, que no encontro com um novo ambiente originavam novos objetos e hábitos. Desconsiderando a brusca alteração do tempo de duração das viagens (ou o envio de mensagens) entre um continente e outro - que levavam meses, e hoje levam horas - esse homem primitivo já era globalizado. Apenas mais devagar que hoje.
Todas as nossas necessidades são atendidas no dia-a-dia, do contrário não estaríamos vivos. Terminamos o dia com desejos não atendidos, e não necessidades. É apenas isso que fazem as pessoas e empresas ao imigrar para este “solo verde e amarelo”. Uns buscam um novo lugar para sobreviver (necessidade), enquanto o outro visam ampliar lucros (desejos).
As pessoas e empresas brasileiras também fazem isso. Veja o exemplo da Gerdau, que comprou siderúrgicas norte-americanas. Vale ressaltar que estas ações, para serem sadias em ambas as partes, precisam ser monitoradas e geridas constantemente, afim de não causar destruição de mercados; e sim, promover concorrências leais, que são as propulsoras dos avanços em todos os sentidos da economia. Sem a ação dos órgãos gestores, governos e entidades de classe, todos pagam caro, a começar pelas pequenas empresas. Conheci um provérbio indiano que diz: “Quando dois elefantes brigam, quem mais sofre é a grama”.
Tenha uma ótima leitura.
Sérgio Milatias
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