E agora José?
“A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu...”.
Assim começa o poema de Carlos Drummond de Andrade. Em meio a uma crise financeira sem precedentes, pode parecer assustador para uns e inspirador para outros. É tempo de entender e identificar mudanças nas variáveis do ambiente de marketing que afetam seu negócio. Composto pelo microambiente e macroambiente, o ambiente de marketing representa atores e forças externas de influência na saúde da empresa. Vamos direto à variável das forças econômicas que afetaram o macroambiente indiscriminada e globalmente.É consenso geral que, em razão da crise financeira, a tendência do ambiente econômico é de redução da demanda em praticamente todos os segmentos de mercado. Para alguns setores esta redução é um tanto aterrorizante e devemos esperar por inevitáveis falências de empresas que há tempos cambaleavam.
Entretanto, estou certo de que a maioria dos empresários brasileiros tem muitos motivos para acreditar no ditado que diz: “Depois da tempestade vem a bonança”. Convém lembrar que o cerne da crise está na economia financeira virtual, especulativa e no “fantasma” do mercado norte americano, uma economia há anos lastreada em derivativos, supervalorização de ações, créditos duvidosos, imóveis hipotecados e consumidores que pagam cartões de crédito com cartões de crédito numa espiral sem fim.
No Brasil, meio que por acaso, estamos na contramão que acabou sendo a mão certa. O Estado dispõe de recursos como nunca na história. O Governo Federal não poupará verbas de investimento nem medidas de proteção e incentivos ao emprego; seja por convicções econômicas ou por convicções políticas típicas de fim de mandato. Sob o ponto de vista do marketing, a redução da demanda pode ser entendida como uma oportunidade para empresas bem preparadas atenderem mercados mais exigentes e competitivos (exceção feita aos monopólios).
Estou convencido de que empresas bem posicionadas e com estratégias bem definidas terminaram o ano com um aumento significativo na participação de mercado, compensando assim, eventuais perdas oriundas da redução de demanda. Transformar crise em oportunidade é a máxima da milenar sabedoria chinesa e, por certo, nunca foi tão apropriada como nos dias de hoje, para orientar e iluminar a criatividade do empresariado brasileiro.
Agora é com você, José!
Hans Müller é sócio-diretor da White Oak Marketing
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