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Entrevista
26/11/2019 08h37

 Entrevista

Rodrigo Barranqueiro Egêa, novo presidente da Metalac

Com trajetória entre Brasil e EUA, o entrevistado traz em sua bagagem o DNA da diversificação e inovação

Empresa originalmente brasileira, a Metalac é uma indústriade fixadores fundada em 1953 na cidade de São Paulo, SP,Brasil. Entre 1957 - 1995 o húngaro Júlio Milko e o americano Léo Braun lideraram a empresa em um ambicioso plano de crescimento, em sintonia com a produção de fixadores de altatecnologia. Nos anos 1970, a empresa mudou-se para Sorocaba, cidade distante 120 km da capital SP, se abrigando em uma nova unidade ampla e moderna, atual sede.(Foto - Rodrigo Barranqueiro Egêa)

Desde a saída da dupla Milko & Braun, a americanaSPS Fastener Division, que já tinha participação na Metalac, assumiu seu controle, algo que durou até 2003 quando elafoi vendida para a Precision Castparts Corp (PCC).

Fabricante global de uma ampla gama de artefatos metálicos de formato complexo para o mercado aeroespacial e industrial, a atuação da PCC se divide em três segmentos principais: peças fundidas, forjadas e componentes aeronáuticos estruturais, onde a divisão de fixadores está alocada.

O ano de 2019 tem sido um momento especial para Rodrigo Barranqueiro Egêa, um brasileiro que chegou na Metalac em 2001 com planos, apenas, de se tornar um especialista em fixadores, influenciado pelo reconhecido diferencial técnico da empresa nesse mercado, mas não pensando em se tornar o presidente. Importante frisar que nos EUA este cargo é chamado de general manager, e não presidente, como se diz aqui.

Em 2012, após onze anos de Metalac, Egêa foi transferido para atuar em unidades do grupo nos EUA, onde esteve envolvido no desenvolvimento e implantação dediversos projetos. Seu retorno ao Brasil para assumir oposto ocorreu em junho último.

Desde seu regresso ele vem trabalhando na implantaçãode um projeto transformador e inovador na operação brasileira, incluindo diversificação e, principalmente, a implementação de uma linha produtora de fixadores para o setor aeroespacial, algo inédito no país em se tratando de parafusos, porcas e similares. Desde 2018, a empresa estácertificada AS 9100, que permite produzir itens para tal finalidade, uma divisão totalmente a parte do principal local business, tendo inclusive um logotipo específico.

Metalac é uma das empresas mais importantes de fixadores não apenas no Brasil, mas na América do Sul, comforte presença no setor automotivo, fornecendo itens de aplicações críticas. No entanto, isso não é suficiente para Egêa, que acredita nesse potencial brasileiro, que, segundo ele, está só no começo de algo muito maior e possível.

Boa leitura.

Fale um pouco de você e de sua chegada no grupo.

Sou nascido na cidade de São Paulo, minha históriano setor começou em 1998 na Mapri (na ocasião sob o controle da Textron, EUA; atualmente Acument, sob ocontrole do Grupo Fontana, Itália), em 2001 entrei na Metalac, passando pela engenharia de produto, qualidade, produção. Antes da mudança para EUA, 2012, eu eragerente dessa planta, reportando diretamente ao então presidente (Leonardo Falcão Rollo, seu mentor, a quem ele nutre admiração e respeito, especialmente na parte ética). A SPS, que comprou a Metalac, depois foi comprada pela Precision Castparts Corp., em 2003. Trata-se deum grupo sólido no setor de componentes aeroespacial e que decidiu incluir fixadores em seu portfólio.

Como foram as coisas lá fora?

Estive na coordenação de diversos Projetos e montagem de fábricas. Uma experiência ímpar, com significantes diferenças do setor do setor automotivo em relação ao produto, no relacionamento com o cliente, enfim, tudo isso foi de fundamental importância nesse meu retorno e na forma com que as coisas estão sendo implementadas aqui.

Descreva algumas dessas experiências EUA?

Em 2012 iniciei um projeto na costa oeste do México, próximo da Califórnia, onde o Grupo fez a aquisição de uma empresa na linha de fluid fittings (conectores para aviação). Essa empresa demandava muito serviço terceirizado de usinagem. Desde então, implementamos uma usinagem própria, estando sua operação atual com 60 colaboradores, bem enxuta. O México produz com ótimo custo, superando até a China em muitas modalidades.

Egêa, ao centro, com a equipe de implantação da nova unidade aeroespacial

Depois dessa empresa fui nomeado diretor técnico em uma unidade fabricante de pinos de titânio, aplicadosna montagem de aeronaves. Fiquei quase um ano como General Manager (GM) da SPS Technologies Santa Ana,uma fabricante de nut plates, um tipo de porcas autocentrante, para uso intenso na fuselagem de aeronaves.

De lá fui transferido para ser GM na PB Fasteners, uma empresa importantíssima para o grupo, sendo ela dona de uma patente chamada SLEEVbolt, seu carro-chefe, um produto fornecido com exclusividade para a Boeing. Esses parafusos são feitos em inconel e com luvas em inox, que funciona muito bem quando aplicados em compositos, que tende a ser o futuro das aeronaves comerciais. Essa passagem durou um ano, quando começaram a se intensificar as demandas da indústria 4.0.

Essas mudanças rápidas lembram as trocas detreinadores do futebol. É assim mesmo?

Sim, as mudanças são muito rápidas por lá. Muita trocade residência em espaço curto de tempo, muitas viagens etc. De certa forma, esse foi um dos fatores que me atraiu nesse retorno ao Brasil. Crer numa rotina, num projeto alongo prazo, além de ser o meu país. Pouco antes de retornar, fizemos análises para implantação desse projeto em países de baixo custo produtivo. Embora a Precision Castparts não considere o Brasil um país de baixo custo,a decisão de trazer esse investimento para cá foi resultadodo know-how da Metalac, que facilita transferência de tecnologiae solução para "gaps" técnicos.

Durante as etapas iniciais, notei que minha presença aqui seria importante para sucesso na implementação, e isso demandaria muitas idas e vindas. Sinto que devo muitoà Metalac, que me proporcionou muito suporte, desde aminha chegada em Sorocaba, ainda com minha filha (hojeadulta, 19) com apenas 11 meses.

Como é a relação fasteners(fixadores) no grupo, faturamento etc?

O faturamento total/ano é de US$ 10 bilhões. Estimo que fasteners representam 10%.

Quanto está sendo investido aqui nessa nova fase?

O investimento está sendo totalmente suportado pela matriz, e está em torno de R$ 50 milhões. Esta nova unidade está alinhada aos conceitos da Indústria 4.0, operando com cinco funcionários e dezessete robôs. Tudo que preparamos aqui será operado separado do setor automotivo. Boa parte do staff dessa divisão é composto de engenheiros e tecnólogos, alguns deles estão nos EUA, sendo treinados para assimilarem conhecimentos nesse tipo de operação e de produto. Sobre a certificações, já possuímosa AS 9100 e estamos buscando a Nadcap, que estimamos obtê-la ainda nesse final de ano. Nadcap é aquela que nos qualifica em tratamento térmico, tal como a CQI. Sendo assim, seremos a única em fixação no Brasil, certamente.

A produção de fixadores aqui está programada para início em agosto de 2020.

O que será produzido?

Faremos praticamente duas linhas de produtos, uma em aço de alta liga, 8740, e outro em aço para alta temperatura, A286, que também abrirá novas oportunidades no mercado automotivo, já que a tendência com novos motores é ter aumento de temperaturas em determinados pontos. No setor aéreo, na primeira etapa focaremos em produzir parafusos e porcas para Landing Gear (trens depouso). Vamos literalmente começar por baixo, tratam-se de itens críticos e com vida útil programada. Buscaremos itens standard nas normas MS e ANS, com uso dessas ligas de alta performance. Nesse setor, predominam as ligas A286, inconel 718 e o Titânio.

Mas nosso fornecimento não será direto, de imediato. É um segmento conservador, onde se mantém poucos fornecedores. Forneceremos, inicialmente, para uma empresa do grupo, a SPS Jenkintown, situada no estado da Pensilvânia.

Rodrigo Barranqueiro Egêa
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