Editorial
Soft Power: É melhor ser temido ou amado?
Termo inglês, Soft Power quer dizer poder suave, mas podemos o considerar como “ser amado”. Criado por Joseph Samuel Nye Jr., cientista político norte-americano, Soft Power é um meio de identificar a capacidade de uma nação influenciar outras por meios comportamentais, principalmente culturais. No sentido oposto está o Hard Power (ser temido), meio de influência convencional, tal como supremacia financeira e/ou militar.
Poeta e dramaturgo, William Shakespeare (1564 - 1616) ainda é um dos maiores influenciadores do Soft Power da Inglaterra, muito atual e vibrante tal como ainda são os Beatles e os Rolling Stones.
Já a terra natal de Nye, EUA possui um enorme Soft Power, afinal, de lá vem muito do cinema, música, dança, shows, a Disney, o hambúrguer, a Coca-Cola e por aí vai...
A lista não para, com a Itália e sua história, arte, elegância, culinária e a obsessão pela velocidade, como pode ser visto nesta edição na reportagem sobre o festão promovido pelo Grupo Sacma, no lendário autódromo de Monza, onde convidados pilotaram a quase 300 km/h carros esportivos, como Ferrari e Lamborghini.
Ao longo da história mundial todas essas nações tiveram seu período de absolutismo via Hard Power, com a Itália, no caso Roma, o maior já visto. Mas todos ampliaram seu Soft Power.
Já o Brasil ainda tem muito Soft Power. Somos muito valorizados por nossa culinária, futebol, dança e música, principalmente por Tom Jobim (1927 - 1994) e João Gilberto, de 1931, que se foi neste ano. Aquarela do Brasil, que já foi cantada pelos “Três Tenores”, é uma de nossas “marcas registradas no exterior”.
Suavizar e ampliar as boas relações foi o nosso propósito deste editorial, lembrando que segundo Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, “É mais seguro ser temido do que amado”. Ok, mas ser amado tem se mostrado importante, duradouro e bem mais agradável.
Boa leitura!
Sérgio Milatias