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31/07/2019 11h40

Case

Sacma: 80 Anos

Grupo empresarial italiano, totalmente globalizado, alcança sua oitava década de atividades em meio a momentos históricos do mundo

 

Encontrar informações sobre a empresa Sacma (Societa Azionaria Costruzioni Macchine Atomatiche) não é tarefa difícil, bastando acessar a página sacmagroup. com. Lá pode-se conferir um resumo de sua trajetória que completa oito décadas em 2019 e, principalmente, sua estrutura atual e material técnico farto. O site está disponível nos idiomas italiano e inglês, além de alemão, francês, espanhol, chinês, japonês, russo e até em português.

As máquinas produzidas sob a marca Sacma são referência mundial para fabricantes de parafusos, pinos, rebites, eixos e outras peças especiais seriadas. Com a Valeriano incorporação de novos negócios, já faz um bom tempo que a identificação “Grupo Sacma” foi adotada.

Para nós, Revista do Parafuso, o período de visita para conhecer as unidades do Grupo se focou em coletar dados, organizá-los e transformá-los em uma informação diferenciada daquilo que já se sabe ou se encontra no site. Isso foi possível por meio de bons encontros, diálogos leves e descontraídos, mas com muita observação e, sobretudo, com a imensa cooperação, hospitalidade e abertura que tivemos durante nossa “Sacma tour”, que consumiu um pouco mais de dois dias em Limbiate, cidade sede da empresa, na bela região da Lombardia, Itália.  

Primeira Geração

Começamos pela pré-história da empresa por meio de seu fundador, Valeriano Rampezzotti (falecido em 1979), un appassionato di meccanica, nas palavras do seu neto homônimo, (Valeriano), presidente do Grupo Sacma desde 2017.(Foto - Valeriano Rampezzotti)

Destacando, a Universidade de Turim é uma das mais antigas e prestigiosas entidades de ensino italianas, fundada há 625 anos (1404), bem antes da unificação da Itália, em 1861. Nela, Valeriano se graduou em Engenharia Mecânica, incluindo em sua trajetória profissional a FIAT (Fabbrica Italiana Automobili Torino), onde foi Calculista de Tempos e Métodos. Ele era natural de Milão, enquanto sua esposa, Fernanda Rapezzotti (falecida em 1991), era de Brianza, região de Monza. Fernanda era de uma família próspera no setor de tecidos para vestuário. Sua família queria ter Valeriano neste segmento, longe da graxa, do óleo, da fumaça e tudo que envolve o chão de fábrica. O problema é que a mecânica era sua eterna namorada. Assim, ele comprou um terreno em Limbiate, onde construiu um pequeno galpão, mesmo local que abriga hoje a matriz do Grupo, um moderno e amplo complexo industrial, núcleo de inteligência, produção e central de todas as operações globais.

Voltando a 1939, a produção era dominada por tornos mecânicos, especialmente para fabricar fixadores. Com o início da Segunda Guerra Mundial a empresa teve que atender demandas específi cas do exército da Itália, que entrou no conflito em 1940. Parte das operações passou a fabricar motores de barcos até o fim do conflito, em 1945, quando tudo voltou às origens.

Em 1958 um empresário da Argentina convidou a Cia a produzir um automóvel, uma operação que gerou mais de 200 carros, um modelo econômico, com motor de dois tempos e quatro marchas. Em 1962, a Sacma saiu do negócio, com a operação assumida pela Volkswagen na Argentina.  

Segunda Geração

Desde 1961 já estava em atividades Giancarlo Rampezzotti (1939 - 2017), filho do fundador. Sob a direção de Rampezzotti, como ele era conhecido, foram adotadas diretrizes que incluíam ampliar vertiginosamente os níveis de eficiência e confiabilidade das máquinas, a consolidação da excelência Made in Italy, passo decisivo na internacionalização do Grupo que se conhece hoje.(Foto - Giancarlo Rampezzotti)

1962 também marcou o início da produção de prensas automáticas de duas estações, para fabricar parafusos, máquinas para operações complementares como rosqueamento, tudo por conformação a frio. Entre 1975 e 1977 são lançadas prensas de três e quatro estações, linhas que alcançaram seu apogeu na década de 1980.

“Neste período, a Itália era uma ‘China Europeia’, operando numa combinação entre produto de alto nível e preço competitivo”, relatou Valeriano (neto), atual presidente.

Realmente, esse período foi virtuoso em diversos setores italianos além das indústrias, alcançando até o futebol. Muitos devem lembrar de grandes astros globais da bola que jogavam lá, tal como Falcão e Zico (Brasil), Maradona (Argentina), Klinsmann (Alemanha), Ruud Gullit (Holanda), além dos carrascos da seleção do Telê Santana (1982), Cláudio Gentile e Paolo Rossi (Itália).

Ao final da década de 1990 entra em vigor o Euro, a nova moeda, redesenhando a Europa. Com sua implementação, o Euro elevou fortemente os preços italianos. Isso levou a Sacma a aprimorar ainda mais suas linhas para atender mercados mais exigentes, especialmente o automotivo porque a Ásia já vinha ocupando espaços em todas as cadeias de manufaturados.

Além disso, Rampezzotti já havia se antecipado à essas exigentes demandas, passando produzir quase todos componentes das máquinas internamente. Em outras palavras, para fazer as melhores máquinas, com alta confiabilidade e durabilidade, era preciso fazer isso peça por peça.

Andando pelas alas produtivas em Limbiate, o que se vê são as divisões Sacma como se fossem diversas empresas operantes num só lugar, cabendo a terceiros fazerem apenas partes mais brutas. Mas tudo que envolve precisão, se faz internamente.  

Terceira Geração

Há tempos no cotidiano do Grupo, Valeriano foi umas das nossas fontes na concepção do texto sobre as gerações que o antecedeu. Ainda presidente da Ingramatic e vice da Sacma, ele assumiu o controle do Grupo em 2017. Sua gestão deu sequência às estruturas históricas, mas num ambiente onde modernidade ganhou ainda mais ênfase.(Foto - Valeriano Rampazzotti (Neto) )

Valeriano descreve diálogos entre ele e o pai quando debatiam algumas “supostas eras”. Rampezzotti, por exemplo, especulava que “o diesel iria dominar o mercado de combustíveis”, mas terminavam por concluir que eram apenas ciclos. Nesse sentido, Valeriano considera prospectar o mercado em período médio de cinco anos, por ser necessário se manter-se apto e rápido em atender as demandas atuais, mas atento às variações.

Segundo ele, o setor de parafusos varia pouco, cabendo ao Grupo dinamizar a produtividade das máquinas entre velocidade, precisão, longevidade e funcionamento cada vez mais simplificado ao operador. Sobre campos com potencial para explorar ele cita máquinas com elevada performance na produção não só de parafusos, mas também de peças de formas complexas, com alto e nível de precisão, além de operações complementares, como chanfros e outros.

“Temos nos manter prontos para atender de acordo com as mudanças e as novas demandas. Hoje tudo é muito rápido, absurdamente rápido. Temos que ser como um barco pequeno: ágil e veloz".

Subsidiárias

Sob Valeriano (neto), a produção interna dos componentes tem sido aprimorada, algo que implicou em empresas complementares, como OBM, incumbida do fornecimento de componentes para a Sacma e subsidiárias: Ingramatic (laminadoras de rosca) e TecnoLift (equipamentos de elevação e alimentação para prensas e laminadoras). Ingramatic e TecnoLift ficam na cidade de Castelnuevo, enquanto a OBM em Vimercate, respectivamente há 120 km e 32 km da matriz, em Limbiate.

 “Antes de incorporada ao Grupo Sacma, a Ingramatic era uma fabricante de renome, mas um tanto artesanal. Desde então, sobretudo pela gestão do sr. Valeriano Rampezzotti, a Ingramatic passou por total adequação aos padrões da cultura industrial Sacma, incluindo a reorganização na administração, nos projetos e na produção, onde passou a operar em ambiente de manufatura enxuta, levando-a se tornar uma marca top global”, disse o gerente da unidade, Andrea Celeghin.

 

 

“Não se limitando apenas a esperar pedidos para agir, tal como a Sacma a Ingramatic passou a se antecipar às demandas, mantendo pronta uma linha de itens capazes de atender ‘pedidos de emergência’, algo como construir e entregar uma máquina em prazo recorde, entre três e quatros meses, desde que não seja algo muito diferenciado”, relata Luca Romanò, gerente de operações para América do Sul.( Foto - Luca Romanò e Valeriano)   

 

“A durabilidade combinada com a precisão de nossas linhas de produtos é algo reconhecido em todo o mundo, há décadas. São máquinas que operam por longo tempo sem interrupções e variações, algo fundamental na produção de peças seriadas, muitas delas para aplicações críticas. Nisso se inclui a simplicidade de funcionamento das máquinas e de seus sistemas, o que torna setups muito rápidos. Nossas operações envolvem 247 funcionários diretos, incluindo a unidade Sacma do Brasil (desde 1965), com sede própria construída em 2000 na cidade de Jundiaí, SP, com padrão arquitetônico da matriz, assim como todas as demais subsidiárias do Grupo, relatou Enrico Brigatti, diretor comercial

 

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