Editorial
ISO: Ordem e Progresso
Nessa onda de “Ordem e Progresso”, vivida no Brasil, relembramos o editorial da edição RP20 (março 2010), quando abordamos as origens das normas internacionais para produção de bens e serviços: a ISO.
ISO, que em grego significa “igual”, são as iniciais da International Organization for Standardization, órgão não governamental criado em 1947 para estabelecer normas (ordem) em busca de qualidade (progresso).
A instituição ISO é do século XX, mas por volta do ano 406 (dC) o teólogo Eusebius Hyeronimus (canonizado com o nome de São Jerônimo) viajou para Jerusalém, a serviço da Igreja Católica, para aprender hebraico e traduzir um conjunto de escritas sagradas, o Antigo e o Novo Testamento, trabalho que lhe consumiu 17 anos. Hoje, São Jerônimo é considerado o “Padroeiro dos Bibliotecários”, sendo seu trabalho um marco na concepção da Bíblia, que hoje se conhece. Aliás, livro em grego se escreve “Bíblion”.
Definida a norma do que seria a Bíblia, tornou-se necessária sua reprodução, trabalho feito manualmente por monges, escribas e alunos, com cada exemplar levando meses até a finalização. Porém, o trabalho manual de pessoas diferentes era gerador de variações e distorções entre uma cópia e outra, fossem elas voluntárias ou não, algo solucionado somente a partir do século XV.
Na década de 1450, o inventor (do ponto de vista ocidental) da prensa tipográfica, o alemão Johannes Gutenberg (1400–1468) – também conhecido como o “Pai da Imprensa” – iniciou a impressão em série da Bíblia, uma revolução. Assim, tornou-se possível o estabelecimento de uma norma (ordem) na reprodução, fazendo-as sempre iguais, caminho aberto para fazer mais e melhor (progresso).
Concluindo, cabe questionar se a paternidade da Ordem e Progresso e da ISO não seria de São Jerônimo e Gutemberg?
Boa leitura!
Sérgio Milatias