Editorial
Feira livre
Mal comparando uma feira de negócios como a Feicon-Batimat (Feicon) é de uma abrangência gigantesca, muito maior que uma feira do setor fixadores, pois, aborda de tudo, inclusive parafusos. Mesmo assim, a comparação proposta neste texto visa ter a Feicon, Brasil, e do lado oposto à Fastener Fair Stuttgart (FFS), Alemanha, ambas destacadas nesta edição.
Segundo os respectivos organizadores, neste ano foram 700 expositores e 84 mil visitantes durante os quatro dias de Feicon; a FFS teve 987 expositores e 12 mil visitantes em seus três dias. A proporção oscila entre 120 visitantes por expositor na Feicon-Batimat, contra 12 visitantes na Fastener Fair Stuttgart.
Sendo assim, do que vale a quantidade sem qualidade? Justifica-se abrir tanto esses espaços de negócios para tantas pessoas? Muitas delas têm uma relação limitadíssima com o mercado. Então, quem ganha com isso? O estacionamento? Os restaurantes? É algo para se duvidar; é algo para se repensar e ajustar.
Os números aqui apresentados deixam claro o quanto valerá rever esse modelo de “feira livre”, sobretudo porque muita visitação sobrecarrega tudo: banheiros, corredores e ainda fadiga expositores que acabam tendo que lidar com inconveniências. Aliás, nessas grandes movimentações pode estar a mola propulsora de furtos. Na Fastener Fair Brasil 2011, o equipamento do nosso fotógrafo, Renan Torres, dentro do estande da Revista do Parafuso, e num momento em que havia duas expositoras presentes.
É importante dizer que não se trata de uma implicância com a Feicon, e sim com todas as feiras no Brasil, onde basta ter uma carteira de identidade e ingressar. Concluindo, não dá para descartar que muitos visitantes com real potencial podem estar, aqui ou acolá, evitando essas feiras por se incomodarem com essa densidade improdutiva.
Boa leitura!
Sérgio Milatias