Mitto: são quase 100 anos de superação e conquistas
O mercado retomou o bom ritmo que havia perdido e as expectativas para 2010 em diante são as melhores, segundo a Mitto, que promete muito investimento para os próximos 10 anos
Formalmente chamada de Indústrias Micheletto S/A, a Mitto se mostra otimista para os próximos anos. Com base nisso promete investimentos em novas máquinas, lançamentos de produtos, contratação de novos colaboradores e instalação de um centro de distribuição em São Paulo, o que possibilitará um melhor atendimento e fornecimento para a região sudeste, além dos estados do norte e nordeste.
O Gerente Comercial, de Logística e Comércio Exterior, Carlos Otávio Albuquerque, relatou sobre essa nova fase, iniciada principalmente a partir de 2006, onde a empresa voltou a ter uma visão de crescimento e passou a fazer um trabalho forte de recuperação de mercado. Inicialmente ela reorganizou a estrutura interna, investiu no maquinário, no estoque de produto acabado e de matéria-prima, além de uma reestruturação no corpo administrativo da fábrica. Com os olhos atentos para os próximos 10 anos, as previsões de investimentos estão focadas no aumento de sua capacidade de produção, que além das compras já citadas, visa o aumento da estrutura nas áreas de tratamento térmico, galvanoplastia e trefilação. “Com a instalação destas novas máquinas – somadas às diversas laminadoras de rosca, prensas automáticas de 5 e 3 estágios, complexo sistema de embalagens e laboratório metalúrgico com equipamentos metalográficos e máquina de tração, entre outros - forneceremos novos itens, como rebites especiais em cobre, aço e latão, parafusos cilíndricos com fenda especial, prisioneiros, parafusos sextavados, parafusos flange bolt e especiais.
Dentro do mix de novos produtos há previsão de aumento de diâmetro de alguns deles”, ressaltou Albuquerque. Hoje o trabalho é realizado em dois turnos e com este projeto a promessa é de ampliar para três, aumentando a capacidade produtiva em torno de 40%”. “O mercado interno sofreu com esta crise mundial, porém nesse segundo semestre de 2009 o cenário mudou, voltando a aquecer de forma brusca, devido às isenções de impostos que o governo estabeleceu para as linhas branca e automobilística, que, conseqüentemente, fez com que os distribuidores da Mitto também voltassem a comprar volumes nos níveis do ano passado, tornando as perspectivas de vendas promissoras para o próximo ano. O mercado externo por sua vez, não aqueceu na mesma média que o interno, pois aparentemente a crise não está superada em todos os países.
Carlos Alberto Albuquerque
A valorização do real em relação ao dólar também contribui para que as exportações não decolem. Outro motivo que vem prejudicando as exportações são as travas criadas pelo governo da Argentina. Contudo, isso não diminui a expectativa de aumento de vendas, pois o faturamento da empresa consiste em 90% no mercado interno. Em 2010 desejamos crescer de 20% a 25%, número similar ao que tivemos de 2007 para 2008. Acreditamos que no prazo de cinco anos a empresa deve faturar mais que o dobro que nos dias atuais” segundo Albuquerque.
Um dos diferenciais da Mito no mercado, é o seu atendimento, desenvolvido de acordo com as necessidades de cada cliente. Além disso, utiliza uma técnica denominada “Engenharia de Aplicação”, através de ensaios em laboratórios que possibilitam informar ao cliente o melhor torque de aplicação em cada produto, além do Departamento de Qualidade que controla procedimentos e técnicas de avaliação que garantem total eficiência.
Certificada ISO 9001:2008 e com processo de certificação ISO TS para 2010, a empresa produz anualmente 3.500 toneladas. Sua produção é destinada em 30% ao mercado distribuidor, 30% à indústria automobilística, 20% ao moveleiro, 10% à linha branca e 10% para outros. Seu portfólio de produtos é formado por parafusos Auto- Atarraxante, Máquina Métrico, Whitworth e Mittofom para aplicação em metais; Mittofix, Maxifix, Durame e Mittolaw para madeiras; Mittoplastic para termoplásticos e peças especiais. Toda essa linha é produzida em diferentes tipos de materiais, tratamento térmico e de superfície, geometria de cabeça e fenda.
Laboratório Metalúrgico
Sobre pessoas, ela é composta por 217 funcionários e 34 representantes, onde muitos começaram bem cedo, exemplo de Deives Duran, Supervisor de Vendas; Diógenes Valicente, comprador e Roque H. Izidoro, Gerente Industrial (Foto abaixo: da esquerda para a direira), todos funcionários na empresa há muitos anos.
Dentro do processo de contratação para áreas que exigem especialização em parafusos, a Mitto dispõe de um programa de formação interna para Operadores de Máquinas. Este sistema funciona como uma “peneira” (termo usual no futebol) para alunos que participaram do curso de Mecânica Industrial do Senai, com 600 horas de duração. Dessa forma, cerca de 200 ex-alunos passam por entrevistas através de psicólogos, chefias de produção e RH, sendo que os aprovados avançam para uma dinâmica de grupo.
Na próxima etapa, os escolhidos participam do curso Operador Trainee, com duração de 30 dias. Avançando de fase estes profissionais serão efetivados, passando depois por seis meses acompanhando um operador de máquina, na condição de Operador Trainee”. O aproveitamento deste sistema alcança 30%.
História
Sob a condição de firma individual, surgiu na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1912 a Cypriano Micheletto, negócio que iniciou com a produção de tornos mecânicos, sendo ela a pioneira no Brasil. A idéia de produzir parafusos surgiu em 1918, demandando a fabricação de máquinas adequadas (prensas e laminadoras), iniciando essas atividades em 1919. A mudança para a atual unidade fabril, no município de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, ocorreu em 1962, assumindo no ano seguinte a denominação de Indústrias Micheletto S/A, obtendo em 1968 o registro de “Sociedade de Capital Aberto”. Em janeiro de 1997 a empresa foi certificada ISO 9002 e em outubro de 1999 em QS 9000, pela ABS Quality Evaluations. Desde o ano de 2004 ela foi adquirida por uma empresa líder na fabricação de tubos e perfis. Desde então, os novos administradores vem investindo maciçamente em infra-estrutura, modernização de linhas de produção,
principalmente no capital humano.
Irmãos Micheletto
Primeira Sede em Porto Alegre
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